Presidente da Coreia do Sul Detido Recusa Interrogatório e Agrava Crise Política
2025-01-16
Autor: Maria
SEUL – O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, mantém sua recusa em comparecer ao interrogatório realizado pelos investigadores, resultando em um cenário ainda mais conturbado para o país.
Yoon foi detido no último dia 14 de dezembro, tornando-se o primeiro presidente sul-coreano em exercício a ser preso, após a tentativa de impor a lei marcial que gerou intensa controvérsia e levou a uma crise política sem precedentes.
Nesta quinta-feira (16), Yoon permaneceu no Centro de Detenção de Seul e não compareceu ao segundo dia de investigação em virtude de problemas de saúde, segundo seu advogado. Contudo, a ausência do presidente durante o interrogatório levanta questionamentos sobre as consequências e a legalidade da sua prisão.
As autoridades têm um prazo de 48 horas para conduzir o interrogatório, após o qual devem ou liberá-lo ou solicitar um mandado de prisão adicional.
A situação se agrava, pois os advogados de Yoon protocolaram um pedido em tribunal para revisar a legalidade de sua detenção, atrasando ainda mais o processo.
Enquanto isso, a Corte Constitucional do país se prepara para decidir sobre o impeachment do presidente, que pode resultar na remoção permanente de seus poderes ou na restauração de sua autoridade.
Yoon se encontra no centro de uma tempestade política, que teve início com a sua tentativa de imposição de lei marcial em 3 de dezembro, amplamente rechaçada pelo Parlamento.
A crise culminou em manifestações por parte de opositores, enquanto Yoon é acusado de fomentar uma "insurreição" ao não aceitar o mandado de prisão.
Na audiência de impeachment, integrantes do Partido Democrático da oposição disseram que Yoon deve ser responsabilizado por suas ações e a tentativa de controlar as Forças Armadas.
O parlamentar Jung Chung-rae, que lidera o Comitê de Legislação e Judiciário, afirmou que o julgamento decidirá se Yoon deve ou não ser reconduzido à posição de comandante-chefe.
Além disso, a defesa de Yoon contesta as alegações de insurreição, um crime grave na Coreia do Sul que pode levar à prisão perpétua ou até mesmo à pena de morte.
Em meio a esse cenário caótico, a prisão de Yoon foi resultado de semanas de tensões, culminando em uma invasão policial em sua residência fortificada.
Em uma declaração, Yoon disse que pretendeu se entregar para evitar um "derramamento de sangue desagradável", mas continua a afirmar que as investigações são ilegais e que o mandado de prisão é inválido.
Com a situação se desenrolando, a Coreia do Sul assiste uma de suas crises políticas mais desafiadoras, levando muitos a se perguntarem sobre o futuro do governo e da democracia no país.