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Presidente Afastado da Coreia do Sul Enfrenta Indiciamento por Insurreição Após Decretar Lei Marcial

2025-01-26

Autor: Matheus

Em um desdobramento dramático e inédito na política sul-coreana, o presidente afastado Yoon Suk Yeol foi indiciado por insurreição, uma das poucas acusações que não goza da imunidade presidencial. Se condenado, ele pode enfrentar penas que vão desde a prisão perpétua até a pena de morte, embora a execução não seja uma prática utilizada na Coreia do Sul há várias décadas, conforme informado pela Reuters.

"A promotoria decidiu indiciar Yoon Suk Yeol, que está enfrentando acusações de liderar uma insurreição", afirmou Han Min-soo, porta-voz do Partido Democrata, durante uma coletiva de imprensa. Este é um momento crucial em um cenário político já tumultuado, com Min-soo enfatizando que "a punição do líder da insurreição começa finalmente agora."

Yoon se encontra em confinamento solitário desde o dia 15 de setembro, após sua detenção no âmbito da investigação sobre as acusações de insurreição, que ocorreram após semanas de tentativas de ação legal.

O decreto de lei marcial que Yoon promulgou visava restringir os direitos civis e fechar o parlamento, porém, a medida foi rapidamente derrubada pelo Congresso apenas algumas horas após sua imposição.

Em dezembro, o Congresso já havia aprovada a abertura de um processo de impeachment contra Yoon. Desde então, ele permanece afastado do cargo, enquanto a Suprema Corte avalia se ele deve perder seu cargo de forma definitiva.

Neste fim de semana, um tribunal negou duas vezes o pedido dos promotores para prorrogar a prisão de Yoon, mas as acusações mais graves levaram a promotoria a solicitar novamente que o ex-presidente fosse mantido sob custódia, conforme relatado pela mídia local.

Os defensores de Yoon, por sua vez, argumentam que sua detenção é ilegal e pedem a libertação imediata do presidente, qualificando sua custódia atual como "ilegal". Durante uma audiência do Tribunal Constitucional relacionada ao julgamento de impeachment, Yoon e seus advogados defenderam que ele nunca teve a intenção de implementar a lei marcial de forma plena, mas apenas a utilizou como um aviso para tentar resolver a crise política no país.

Este caso está gerando grande repercussão, não apenas por suas implicações legais, mas também por seu impacto na já frágil estabilidade política da Coreia do Sul, fazendo com que muitos se perguntem: qual será o futuro da democracia sul-coreana diante de tais alegações graves?