Um alerta foi emitido para a cidade de Miami, onde prédios de luxo estão afundando em um raio de 19 quilômetros, abrangendo áreas como Miami Beach e Sunny Isles Beach. O nível de afundamento varia entre dois e oito centímetros, despertando a atenção de moradores e autoridades.

Segundo o engenheiro Julio Timerman, diretor do Instituto Brasileiro do Concreto (Ibracon), a geologia da região desempenha um papel crucial nesse fenômeno. O solo de Miami é composto por rocha calcária, um material que apresenta elasticidade e pode causar esse tipo de reação nas estruturas. Timerman afirma que alguns dos afundamentos foram detectados há mais de 30 anos, evidenciando que isso não é um problema novo, mas sim um desafio que requer vigilância constante.

Durante uma recente visita a um dos prédios afetados, Timerman realizou inspeções e concluiu que a estrutura em questão não apresenta problemas significativos. "Não é como em Santos, onde vemos os prédios tombando. O edifício que examinei estava íntegro, sem trincas ou fissuras evidentes. Não há descolamento de revestimentos ou janelas. Essas seriam mudanças alarmantes", afirma o engenheiro, garantindo que a segurança não é uma preocupação imediata nesta edificação.

Além disso, vale ressaltar que a fundação dos prédios em Miami é robusta, com estruturas que chegam a mais de 30 metros de profundidade. Como a região é propensa a furacões, as construções são projetadas com estacas de 30 metros que se fixam no solo calcário. Apesar da deformidade natural da rocha, que pode provocar acomodação do terreno, o monitoramento contínuo é essencial para garantir a integridade das edificações e a segurança dos moradores.

Essa situação em Miami não é um caso isolado. Cidades costeiras ao redor do mundo também estão enfrentando problemas similares devido à elevação do nível do mar e ao afundamento do solo. A questão dos prédios de luxo afetados leva a uma reflexão sobre o futuro da urbanização em áreas vulneráveis, especialmente em tempos de mudanças climáticas. Os moradores de Miami devem estar cientes e preparados para quaisquer eventualidades, com os especialistas ressaltando a importância de não apenas monitorar, mas também planejar intervenções para assegurar que essas estruturas permaneçam seguras e habitáveis.