
Por que o Medo do Compromisso está Dominando a Sociedade?
2025-09-08
Autor: Fernanda
A Nova Geração e o Medo de Amar
Priscila Santiago, uma engenheira de produção de 27 anos, já viveu relacionamentos longos, mas atualmente evita se aprofundar. Esse fenômeno, chamado "medo de compromisso", se tornou comum entre jovens e é tema frequente nas consultas de terapeutas.
Traumas do Passado Moldam o Presente
Como muitos, Priscila carrega experiências negativas que a fazem hesitar. "Minhas histórias de amor não foram boas", revela. O receio de se envolver em um novo relacionamento tóxico paira sobre ela, uma preocupação compartilhada por muitos.
A Intolerância à Frustração é um Sintoma da Sociedade
A psicóloga Vanessa Amorim aponta que essa evitação surge como um reflexo da intolerância ao sofrimento na sociedade atual. Relações superficiais se tornam cada vez mais comuns, enquanto o verdadeiro afeto é esquecido.
Conexões em Tempos Difíceis
Priscila notou a dificuldade em conhecer novas pessoas, afirmando que a atenção está voltada para si mesmo, dificultando a construção de vínculos reais. Essa observação é corroborada pela psicanalista Carol Tilkian, que liga as dificuldades de hoje à ansiedade crescente provocada por crises globais como guerras e a pandemia.
Traumas Passados Afetam o Futuro
Tilkian também destaca que muitos projetam suas dores passadas em novos relacionamentos, partindo do princípio de que a outra pessoa irá machucá-los. Assim, as pessoas frequentemente terminam por culpar o parceiro pelas suas próprias inseguranças.
Compreendendo o Medo do Compromisso
A autora Stefanie Stahl sugere que o verdadeiro questionamento deve ser se a paz ao se estar solteiro baseia-se em autoestima genuína ou se esconde um medo de compromisso. Ela alerta que muitas pessoas evitam relacionamentos, convencidas de que estão fazendo uma escolha consciente.
O Efeito da Solidão na Sociedade
As especialistas concordam que essa cultura de evitação leva a uma sociedade repleta de solidão, onde soluções rápidas são buscadas para anestesiar a dor emocional. Desde a sobrecarga de trabalho até o vício em redes sociais, essas fugas têm se tornado comuns.
Caminhos para Curar Feridas Emocionais
Stahl defende que a conscientização e a cura dos traumas passados podem trazer equilíbrio para as relações. Amorim complementa que o autoconhecimento é essencial para saber o que realmente se deseja na vida amorosa.
Refletindo Sobre Nossas Escolhas
"Se eu não sei o que quero, tolero qualquer coisa", observa Amorim, enfatizando que essa falta de clareza emocional é o que leva a desilusões em todos os âmbitos da vida.