Tecnologia

Por Que o Controle do ONS sobre a Energia no Brasil Está Encolhendo?

2025-08-25

Autor: Ana

A Crise de Sobra de Energia do ONS

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), encarregado de gerenciar a produção e o consumo de energia em tempo real no Brasil, enfrenta um novo desafio: a quantidade de energia gerada está superando a demanda, obrigando o órgão a desligar grandes usinas em determinados horários. Essa situação está se tornando cada vez mais comum, colocando em risco a estabilidade do sistema.

O Impacto da Geração Distribuída

Um dos principais responsáveis por essa crise é a ascensão da geração distribuída — painéis solares instalados em residências e empresas que estão conectados diretamente às redes de distribuição. Com mais de 38 GW de potência instalada, que deve crescer para mais de 58 GW até 2029, essa forma de geração não é monitorada nem restringida pelo ONS, tornando a situação ainda mais complexa.

Por que o ONS Não Consegue Limitar a Geração?

O problema se agrava devido à estrutura de conexão da geração distribuída, que opera fora do alcance do ONS. Como resultado, enquanto pequenas instalações continuam a injetar energia livremente na rede, grandes usinas precisam reduzir sua produção, criando um desequilíbrio no sistema.

Clamor por Mudanças Regulatórias

Especialistas e representantes das indústrias afetadas estão pedindo urgentemente a reformulação das regras para que a geração distribuída comece a ter sua produção controlada. Para 2029, a previsão é que essa fonte de energia represente 44% da carga do país em horários de pico. Fernando Mosna, diretor da Aneel, ressalta que, atualmente, não há base legal para impor cortes à geração distribuída, citando a lei 14.300 como um dos principais obstáculos.

Cenários Futuros e a Busca por Soluções

Cenários hipotéticos do ONS indicam que, se a micro e minigeração distribuída não existisse, haveria uma drástica redução nas restrições energéticas. Para mitigar essa situação, estão em discussão propostas de reforma regulatória que poderiam transformar distribuidoras em operadores de sistemas de distribuição, popularmente conhecidos como mini-ONSs, além da implementação de tarifas dinâmicas que incentivem o consumo durante os picos de geração.

A Necessidade de Ação Imediata

Com a previsão de que a geração distribuída continue a crescer, a necessidade de ações decisivas e regulamentações eficazes se torna cada vez mais urgente para garantir a estabilidade energética do Brasil. O futuro do nosso sistema elétrico depende de uma integração mais inteligente entre todos os tipos de geração, para que possamos evitar um colapso energético e garantir um fornecimento seguro e sustentável para todos.