Por que mulher que invadiu o Capitólio rejeita perdão de Trump
2025-01-22
Autor: Mariana
Pamela Hemphill, uma mulher que cumpriu pena por seu envolvimento na invasão do Capitólio dos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2021, surpreendeu a todos ao recusar um perdão oferecido pelo ex-presidente Donald Trump. Em entrevista à BBC, Hemphill declarou: "Estávamos errados naquele dia".
Condicionada a 60 dias de prisão, ela afirmou que aceitar o perdão seria não apenas um desrespeito aos policiais do Capitólio, mas também ao Estado de Direito e à nação como um todo. "Eu me declarei culpada porque sou culpada, e aceitar um perdão só alimentaria a manipulação e a falsa narrativa que algumas pessoas tentam criar", acrescentou.
Chamando a si mesma de "vovó MAGA" nas redes sociais, em uma referência ao slogan de Trump "Make America Great Again", Hemphill criticou o esforço do governo Trump em "reescrever a história". Segundo ela, não deveria haver perdões para aqueles que desrespeitaram a lei.
O escândalo da invasão ao Capitólio levou cerca de 1.600 pessoas a serem acusadas, e a decisão de Trump de perdoar ou atenuar as sentenças de muitos desses indivíduos foi amplamente discutida. Em uma declaração quando assumiu a presidência, Trump disse que essas pessoas já haviam sofrido bastante e enfrentaram condições terríveis durante a prisão.
Entretanto, essa decisão não foi bem recebida por todos dentro do Partido Republicano. O senador Thom Tillis, da Carolina do Norte, comentou que "não consegue concordar" com a medida, afirmando que isso levanta preocupações legítimas sobre a segurança do Capitólio. Outro senador, James Lankford, de Oklahoma, destacou que o partido deve manter uma posição firme em relação à lei e à ordem: "Se você ataca um policial, isso é algo muito sério e deve haver uma punição adequada", enfatizou.
Entre os recipientes do perdão, uma das figuras mais notórias foi Jacob Chansley, que se autodenomina o "Xamã do QAnon". Ele cumpriu 27 meses de uma sentença de 41 meses e, ao ser informado do perdão, celebrou gritando "liberdade" e realizando um grito de guerra nativo-americano.
O caso de Pamela Hemphill destaca uma divisão crescente não apenas entre apoiadores e críticos de Trump, mas também entre os próprios membros do Partido Republicano, refletindo uma luta interna sobre a direção futura do partido e a accountability em relação aos eventos de 2021.