Negócios

Por que entender o comércio global é tão simples quanto visitar uma loja da Zara

2025-04-18

Autor: Lucas

Em tempos de incerteza econômica, a atual dinâmica do comércio global pode ser aprendida em um lugar inesperado: uma loja da Zara. A revolução do varejo fast fashion revela muito sobre as complexas relações comerciais atuais, especialmente entre os países asiáticos e os Estados Unidos.

Recentemente, as tarifas internacionais impostas por Donald Trump geraram grande repercussão. Antes de suspender por 90 dias a taxação sobre produtos, o ex-presidente alcançou alíquotas exorbitantes, como 49% sobre produtos do Camboja e 46% sobre os do Vietnã, refletindo uma guerra econômica focada nas nações que se destacam pela produção a baixo custo.

A China como rival e as consequências das tarifas

A abordagem de Trump direcionou sua atenção para a China, considerada sua principal rival comercial. Com tarifas acumuladas que podem chegar a 245% em produtos chineses, essa estratégia não apenas atingiu a China, mas países do Sudeste Asiático que dependem de sua mão de obra e cadeias de produção.

Essa abordagem tarifária, conforme destaca a professora Vivian Vicente Almeida, evidencia como o modelo asiático, com sua mão de obra acessível, gera um desafio significativo para os EUA. Por isso, marcas globais de moda, eletrônicos e outros produtos buscam constantemente margens de lucro aliadas a preços competitivos.

A batalha geopolítica se intensifica

Em uma recente entrevista à Fox News, Trump cogitou uma escolha imediata para os países em negociações: alinhar-se com os EUA ou com a China. Enquanto isso, Beijing, por meio do ministério de Relações Exteriores, reafirma seu compromisso com relações abertas e pacíficas, deixando claro que a China está disposta a estender a mão ao invés de entrar em conflito.

Um novo cenário no comércio global

A postura protecionista de Trump rompe com a estrutura global confinada sob a OMC, que visava a liberalização do comércio após o fim da Guerra Fria. A criação da OMC em 1995 decorreu de extensas negociações que buscavam eliminar barreiras e permitir a fluidez do comércio internacional.

Entretanto, conforme ressalta Luciana Mello, a atual economia mundial se tornou multiplicada em sua diversidade, e o Tio Sam enfrenta um dilema à medida que países se reorganizam diante das novas regras comerciais. As ações de Trump não apenas abalam acordos históricos, mas também colocam os EUA em uma posição vulnerável no cenário global.

A evolução necessária no comércio

As tentativas de expandir o comércio, como a Rodada de Doha em 2001, foram complicadas pela resistência de potências como os EUA e Japão, levando a negociações estagnadas e novas parcerias emergiremes fora da OMC. Esse movimento destaca o frágil equilíbrio do comércio global, uma situação que a visita a uma simples loja da Zara pode ilustrar de forma alarmante.