Por que (e como) algumas pedras de granizo chegam a tamanhos impressionantes?
2024-12-29
Autor: Ana
Imagine-se em meio a uma tempestade intensa e, de repente, uma bola de gelo do tamanho de uma laranja cai do céu, seguida pela possibilidade de que ela pese mais de um quilo! Esse cenário assustador se tornou realidade em Gopalganj, no Bangladesh, em 1986, quando uma tempestade de granizo culminou em pedras que atingiram o peso recorde de 1 kg e resultou em 92 mortes. Um episódio que ficou marcado como um dos mais trágicos já registrados por conta do granizo.
Mas como esses enormes blocos de gelo se formam? Um estudo recente realizado na Catalunha, na Espanha, foi publicado na Frontiers in Environmental Science e trouxe respostas intrigantes ao fenômeno.
O impacto devastador das tempestades de granizo não deve ser subestimado. Em Gopalganj, a tempestade de 1986 deixou cicatrizes profundas, mostrando a vulnerabilidade de regiões afetadas por essas condições extremas. Esse tipo de evento é raro, mas evidencia o quão destrutivo o granizo gigante pode ser.
Mudando para 30 de agosto de 2022, uma nova tempestade na Catalunha lançou pedras de granizo de até 12 cm de diâmetro, o que equivale ao tamanho de uma bola de tênis! Os danos foram alarmantes: casas foram destruídas, linhas elétricas danificadas, moradores feridos, e até mesmo a trágica morte de um bebê de 20 meses, atingido na cabeça.
Alguns moradores mantiveram essas pedras em freezers, o que se mostrou crucial para a pesquisa nas mãos de cientistas da Universidade de Barcelona, que puderam estudar as características dessas pedras únicas.
Utilizando equipamentos de tomografia computadorizada, os pesquisadores obtiveram mais de 500 imagens em 3D de cada pedra, revelando detalhes impressionantes, como as camadas de crescimento e diferentes níveis de densidade. Curiosamente, o núcleo das pedras, conhecido como embrião, não está necessariamente no centro — isso indica que as bolas de gelo crescem de forma imprevisível, dependendo das condições dentro da nuvem durante a tempestade. O lado mais espesso muitas vezes revela o lado que estava voltado para baixo na hora da queda.
As descobertas científicas por trás desses fenômenos, embora complexas, têm um objetivo claro: entender a formação do granizo para prever e mitigar os danos causados por tempestades futuras. Com as mudanças climáticas, eventos extremos como os de Gopalganj e Catalunha podem se tornar ainda mais frequentes e intensos.
A boa notícia é que os avanços tecnológicos estão nos permitindo decifrar melhor esses fenômenos e nos preparar para o futuro. Contudo, da próxima vez que uma tempestade estiver a caminho, seria sensato olhar para o céu e rezar para que ele traga apenas águas e não estes perigosos projéteis de gelo!