Ciência

Por Que Diagnosticar a Demência Frontotemporal É um Desafio? Especialistas Revelam

2025-04-16

Autor: Pedro

Demência Frontotemporal: Um Mistério Difícil de Decifrar

A demência frontotemporal (DFT) é uma forma menos comum de demência que geralmente atinge pessoas entre 45 e 65 anos. Recentemente, o assunto ganhou notoriedade com casos de figuras públicas como o ator Bruce Willis e o jornalista Maurício Kubrusly. No entanto, o diagnóstico preciso da DFT continua sendo um verdadeiro labirinto, e a demora nesse processo pode colocar vidas em risco.

Um Estudo Alarmante

Uma pesquisa da Universidade de Queensland, na Austrália, revelou um dado surpreendente: 70% dos pacientes que apresentavam suspeitas de DFT na verdade não tinham a doença. Esse alerta mostra como é crítica a identificação correta dos sintomas.

Sintomas Inusitados: A Memória Não é a Principal Preocupação

Ao contrário do Alzheimer, onde a perda de memória é um dos primeiros sinais, na DFT a memória pode até permanecer intacta nas fases iniciais. A neurologista Jerusa Smid explica que as mudanças comportamentais são o primeiro sinal, fazendo com que a pessoa pareça ter mudado de personalidade.

Um Caminho Muitas Vezes Tortuoso para o Diagnóstico

Muitos pacientes, ao perceberem os sintomas, buscam ajuda de psiquiatras, atrasando o diagnóstico da DFT. Além disso, a interpretação errônea de exames cerebrais e testes cognitivos é uma das causas mais frequentes para diagnósticos incorretos. O neurologista Felipe Aydar Sandoval ressalta que até profissionais especializados podem encontrar dificuldades em identificar a DFT.

Entendendo as Variantes da DFT

A DFT pode se manifestar de várias formas. Na afasia progressiva não fluente, o paciente enfrenta dificuldades para se expressar. Já na afasia semântica, a capacidade de compreender palavras e objetos é prejudicada. Na variante comportamental, os sintomas são especialmente desafiadores, com desinibição e comportamentos impulsivos que podem levar a situações embaraçosas.

A Importância do Diagnóstico Através de Exames de Imagem

Embora os primeiros sintomas sejam comportamentais, a dificuldade de comunicação pode ser um indicador importante. Exames de imagem, como tomografias e ressonâncias magnéticas, são essenciais para identificar as áreas afetadas do cérebro, embora nem sempre os resultados sejam claros. A atenção na interpretação dessas imagens é fundamental.

Tratamentos e Terapias Eficazes

De acordo com Sandoval, abordagens como reabilitação cognitiva, atividades físicas e treinos de linguagem são essenciais no manejo da DFT. Estas intervenções podem ajudar a melhorar a qualidade de vida dos pacientes, proporcionando um suporte crucial nesse caminho desafiador.