
Por que Bolsonaro reluta em apoiar Tarcísio como seu sucessor?
2025-03-31
Autor: Fernanda
Nos últimos anos, quem acompanha de perto a política brasileira não pode deixar de notar que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se destaca como o nome mais forte para ser o sucessor de Jair Bolsonaro (PL). Durante o tumultuado governo de Bolsonaro, Tarcísio se firmou como um dos ministros mais influentes e sua escolha para disputar o governo do estado mais rico do Brasil não foi por acaso.
Entretanto, é intrigante observar a resistência de Bolsonaro em reconhecer Tarcísio como uma opção para a corrida presidencial de 2026. Quando questionado sobre a possibilidade de Tarcísio assumir a candidatura para o Palácio do Planalto, Bolsonaro frequentemente tenta desconversar, alegando que “ainda é muito cedo”, que “ele nem tem toda essa experiência” ou que “ele é um político bom, mas não excepcional”. Essas respostas parecem um tanto desconfortáveis e revelam um receio subjacente.
Para Bolsonaro, perder o controle sobre a sequência de sua própria carreira política pode ser devastador, especialmente se considerar a possibilidade de uma candidatura mesmo enquanto enfrenta problemas judiciais. Ele sabe que a ausência de um apoio forte pode ser catastrófica para a direita brasileira, algo que poderia beneficiar a oposição. Portanto, não é apenas ciúmes ou insegurança em relação ao novo líder, mas um cálculo político muito estratégico.
Além disso, é conveniente lembrar que, apesar da lealdade demonstrada por Tarcísio, Bolsonaro tem motivos para desconfiar. O governador pode até ter se alinhado à retórica extremista durante o governo, mas seus movimentos na política mostram que ele está constantemente se preparando para eventualmente se distanciar do extremismo bolsonarista, o que poderia comprometer a própria imagem de Bolsonaro.
A relação de Tarcísio com o empresariado também é um ponto que chama a atenção. Ele é visto como um candidato que pode unir o apoio da elite econômica, algo que preocupa Bolsonaro, já que muda a dinâmica de poder e mina sua influência. A possibilidade de uma presidência de Tarcísio sem a influência direta de Bolsonaro também não passa despercebida. O ex-presidente teme que, com a bênção da mídia e do Congresso, Tarcísio possa rapidamente deixar de precisar dele, colocando-o à margem.
Com esse cenário, fica cada vez mais evidente que o jogo político em 2026 será recheado de surpresas, alianças e traições. O que está em jogo não é apenas o futuro de Bolsonaro, mas também a continuidade de uma política de extrema direita no Brasil. Portanto, fique atento: o que irá acontecer nesse embate de titãs pode mudar tudo.