Nação

Policial Militar que arremessou homem da ponte em SP é preso após depoimento

2024-12-05

Autor: Ana

Caso do soldado da Polícia Militar de SP

Um soldado da Polícia Militar de São Paulo que foi flagrado arremessando um homem de uma ponte foi preso depois de prestar depoimento à Corregedoria da PM. O incidente, que ocorreu na Vila Clara, durante a dispersão de um baile funk, chocou a população e gerou intensa repercussão nas redes sociais.

Nas imagens gravadas por uma testemunha, o policial é visto segurando o jovem antes de lançá-lo da estrutura, alegando que pretendeu apenas jogá-lo ao chão. A vítima, identificada como Marcelo, de 25 anos, um entregador, caiu de uma altura de cerca de três metros, resultando em ferimentos, mas felizmente está se recuperando.

Consequências legais e reações

Com a prisão decretada, o soldado Luan Felipe será encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes, localizado na Zona Norte da capital. As apurações indicam que ele pode responder por lesão corporal e violência arbitrária, conforme previsto no Código Penal Militar.

Na quinta-feira (5), em resposta ao ocorrido e a outros casos recentes de violência policial, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) admitiu que algo não está funcionando corretamente e defendeu a instalação de câmeras corporais nas fardas dos policiais, afirmando que isso seria uma proteção tanto para os cidadãos quanto para os agentes de segurança. "Hoje estou completamente convencido de que é um instrumento de proteção da sociedade e do policial", declarou.

Posicionamentos das autoridades

O governador deixou claro que abusos por parte da polícia não serão tolerados e que a segurança pública não deve ser confundida com a autorização para agir de maneira arbitrária. A Secretaria de Segurança Pública também se manifestou, afirmando que a PM não compactua com desvios de conduta e que todas as denúncias de excessos serão investigadas.

O pai de Marcelo criticou severamente a ação do agente e exigiu uma explicação: "É inadmissível, a polícia está lá para defender a população, e não para agir dessa forma. Meu filho é trabalhador e não tem envolvimento com crimes", disse ele em entrevista ao Jornal Nacional.

Investigações em andamento

Além disso, a Corregedoria da PM decidiu afastar 13 policiais que estavam envolvidos na operação na Vila Clara. O Ministério Público também abriu uma investigação sobre o caso. Esse não é o primeiro escândalo envolvendo o soldado Luan Felipe, que já havia sido indiciado por homicídio em outro episódio, mas o caso foi arquivado por considerar que atuou em legitima defesa.

O clima de revolta e indignação continua a crescer na comunidade, com muitos clamando por justiça e por reformas significativas na conduta da polícia. As autoridades enfrentam pressão crescente para garantir que ações como essa não se repitam e para que haja uma supervisão mais robusta sobre o comportamento dos agentes de segurança.