Mundo

Policial Envolvido na Morte de Jean Charles de Menezes Fala Pela Primeira Vez: Revelações Choantes!

2024-11-11

Autor: Fernanda

Um dos dois policiais envolvidos na tragédia da morte de Jean Charles de Menezes, ocorrida no dia 22 de julho de 2005 em Londres, fez sua primeira declaração pública no último domingo em um documentário do Channel 4 intitulado 'Shoot to Kill' (Atire para Matar).

Prometendo detalhes sobre a fatídica jornada que levou um inocente eletricista brasileiro a ser morto com sete tiros na cabeça, o agente, identificado apenas como "C12", defendeu suas ações, afirmando que sua vida estava em risco e que não teve escolha.

Jean Charles, um mineiro de 27 anos, foi confundido com o terrorista Osman Hussain e seguido pela polícia, que o imobilizou e disparou durante sua busca frenética por segurança, dentro de um trem na estação de Stockwell. Essa tragédia ocorreu apenas duas semanas após os atentados de 7 de julho, que deixaram 52 mortos; um clima de pânico tomou conta da cidade de Londres.

"Tudo me dizia que eu ia morrer, por isso tomei as decisões que tomei", declarou C12, reiterando que suas ações foram motivadas pelo que ele acreditava ser uma ameaça iminente. Entretanto, o triste ironia é que, quando informações sobre a verdadeira identidade de Jean Charles se tornaram claras, a polícia britânica inicialmente alegou que a vítima havia desobedecido ordens e exibia comportamentos suspeitos.

Ao longo do documentário, testemunhas desmentem várias dessas alegações; Jean Charles não estava com mochila e tinha vestimentas normais. Além disso, relatos comprovam que foi C12 quem efetivamente pulou a catraca para seguir Jean, alimentando a confusão policial.

C12, sem hesitação, compartilha que, após os disparos, sentiu a necessidade de garantir que Jean não estivesse vivo, tirando sua vida em um segundo disparo, que chocou tanto a família quanto o público. "Eu só consegui concluir que precisava agir ou nós íamos morrer", disse ele, minimizando a dor e a tragédia que seu ato desencadeou.

Mas a história não termina com os tiros disparados naquela estação. Em 2007, uma investigação encontrou a Scotland Yard culpada de falhas operacionais, resultando em uma indenização de £175 mil (cerca de R$ 1,3 milhão nos dias de hoje). A dívida moral, no entanto, permanece, pois até hoje nenhum agente enfrentou pena criminal.

Essa sequência de eventos trágicos levantou questões sobre a falta de responsabilidade no caso. O atual primeiro-ministro Keir Starmer estava à frente do Ministério Público na época da decisão de não processar os policiais envolvidos, e a Corte Europeia de Direitos Humanos também não apresentou solução favorável à família de Jean.

A repercussão do documentário gerou reações intensas. A prima de Jean Charles, Katia da Silva, questionou por que C12 decidiu falar 20 anos depois e ressaltou a falta de arrependimento demonstrada por ele. "Ela [a declaração] não faz sentido. Ele não mostra nenhum remorso pelas vidas que destruiu", disse ela, expressando a dor ainda presente na família.

Para muitos, a história de Jean Charles de Menezes é um lembrete sombrio das falhas de um sistema que permitiu que um homem inocente fosse tratado como um criminoso. O documentário não apenas revê os erros fatídicos, mas também propõe a reflexão sobre a necessidade urgente de responsabilidade e reformas no policiamento e na segurança pública.