Em uma operação intensa, a polícia de São Paulo busca prender o presidente, o vice-presidente e um diretor da Mancha Alviverde, além de outros três integrantes da principal torcida organizada do Palmeiras. As prisões temporárias, decretadas pela Justiça por 30 dias, surgem após um violento ataque a torcedores da Maffia Azul, ocorrido no último domingo (27) em Mairiporã, onde um torcedor do Cruzeiro foi morto e 17 ficaram feridos.

Os torcedores cruzeirenses foram alvos de uma emboscada a caminho de Minas Gerais, resultando em dois ônibus vandalizados, um dos quais incendiado. A Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade) já identificou pelo menos oito membros da Mancha Alviverde envolvidos na ação, que ocorreu na Rodovia Fernão Dias.

Entre os procurados estão: - Jorge Luiz Sampaio Santos, presidente da Mancha Alviverde; - Felipe Mattos dos Santos, conhecido como "Fezinho", vice-presidente; - Leandro Gomes dos Santos, o "Leandrinho", diretor; - Henrique Moreira Lelis, o “Ditão Mancha”; - Aurélio Andrade de Lima e - Neilo Ferreira e Silva, apelidado de "Lagartixa", professor de artes marciais e também membro da torcida.

A procura pelos indivíduos é urgente, pois até o momento, nenhum deles se entregou ou foi capturado, sendo considerados foragidos. As autoridades estão preocupadas com a possibilidade de destruição de provas que possam implicar os envolvidos.

A investigação aponta não apenas para pessoas ligadas à torcida, mas se estende a grupos que atuam como facções criminosas, com a Promotoria buscando identificar lideranças dentro da Mancha Alviverde.

Após o ataque, as câmeras de segurança e vídeos compartilhados nas redes sociais têm sido analisados para identificar mais envolvidos. O caso foi registrado como homicídio, incêndio e associação criminosa. Uma das prioridades da investigação é a apuração da motivação para o ataque, que pode estar ligada a uma rixa antiga entre as torcidas, datando de um confronto violento em 2022, onde membros da Maffia Azul agrediram integrantes da Mancha Alviverde em uma situação semelhante.

A Federação Paulista de Futebol (FPF) já manifestou que irá acatar solicitação do Ministério Público para banir a presença da Mancha Alviverde nos estádios de futebol do estado, em um esforço conjunto para combater a violência entre torcedores.

A tragédia recente trouxe à tona os perigos da rivalidade entre torcidas organizadas, que frequentemente se tornam palco de disputas sangrentas. As torcidas se manifestaram em suas redes sociais, com a Maffia Azul repudiando a violência e o Palmeiras se manifestando contra os atos de seus torcedores. O paciente Josué Victor Miranda, que faleceu devido aos ferimentos do ataque, tinha apenas 30 anos e estava dentro do ônibus incendiado.

A PM recomenda que a população evite situações de risco, principalmente ao se dirigir a jogos, e que denúncias de violências entre torcidas sejam feitas. O caso acabou por revelar a banalização da violência no meio esportivo, uma realidade que precisa ser urgentemente enfrentada pelas autoridades competentes.