Nação

Polêmica nas Contratações: Marçal Fala sobre PCC e Vínculos Criminais

2024-09-25

Autor: Mariana

São Paulo — O candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, causou controvérsia em sua recente sabatina promovida pelo Metrópoles, ao afirmar que pretende analisar a "vida pregressa" dos concorrentes antes de montar sua equipe de governo. Ele enfatizou que busca funcionários com "conduta ilibada", mas despertou a discussão sobre a limitação de condenar alguém para sempre, dizendo que "não pode condenar um cara à eternidade".

Marçal, que já defendeu publicamente o presidente de seu partido, Leonardo Avalanche — alvo de acusações de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC) —, reiterou que qualquer indiciado durante sua gestão "tem que sair". Avalanche, que poderá ter influência em um possível governo de Marçal, foi flagrado em áudios afirmando que ajudou a libertar o traficante André do Rap, um notório líder da facção criminosa.

"Se descobrir que tem alguma coisa que atrapalhe a conduta da pessoa, vai ser tirado imediatamente. Não vai ter duas conversas", assegurou Marçal, que, ao analisar seus aliados, disse que jornalistas e políticos poderiam estar envolvidos com o tráfico, sugerindo que as aparências podem enganar. Perguntado sobre como poderia identificar se alguém tinha ligações com o PCC antes de uma contratação, questionou: "Tem algum cadastro que a gente procura se o cara é do PCC antes de contratar?"

No entanto, suas promessas não se restringem apenas a critérios de moralidade pessoal. Marçal se comprometeu a gerar 2 milhões de empregos em São Paulo em apenas quatro anos, um número audacioso que inclui categorias como os "nem-nem", ou seja, aqueles que nem estudam nem trabalham. Ele argumentou que o crescimento da cidade depende de uma nova geração de empregos e que não se pode depender de uma população que não se qualifica.

Outro tema controverso abordado foi a construção de um edifício de 1 km de altura, planejado para custar R$ 20 bilhões. Ele mencionou que a obra será realizada em parceria com o setor privado e que a prefeitura pode contribuir com a doação de terreno. Marçal também anunciou planos para a construção de mil centros olímpicos, promessas que, segundo ele, não exigiriam investimento público, utilizando modelos de propósitos que envolvem empresas privadas.

Além disso, ele abordou sua visita a El Salvador, onde elogiou a política do presidente Nayib Bukele, e desconsiderou preocupações sobre violações aos direitos humanos denunciadas em seu governo, justificando que acredita nos resultados alcançados. Marçal disse que "não importa o meio" se o fim for positivo.

Marçal, que se vê como um outsider político, se defendeu das críticas a seu estilo combativo e das ofensas lançadas durante a campanha, afirmando que a agressividade é uma resposta ao comportamento dos adversários. Em um cenário de alta rejeição nas pesquisas, o candidato tenta se reposicionar para atrair um público maior, especialmente o feminino, que o vê com reservas em função de suas declarações polêmicas.