Ciência

Polêmica na Ciência: Exoneração do Presidente da FAPERJ Agita Comunidade Científica do Rio!

2024-11-07

Autor: Mariana

O governador Claudio Castro tomou a polêmica decisão de exonerar Jerson Lima da presidência da FAPERJ, mesmo após uma forte resistência de parte significativa da comunidade científica do estado. Lima ocupava a função desde janeiro de 2019 e, durante seu mandato, foi responsável por importantes avanços nas pesquisas financiadas pela FAPERJ, que possui um orçamento anual de R$ 620 milhões.

A FAPERJ, fundamental para o desenvolvimento científico no Rio, é responsável por financiar estudos, pesquisas e bolsas para pesquisadores. A decisão pela mudança de liderança foi solicitada pelo secretário de Ciência e Tecnologia, Anderson Moraes, que é deputado estadual pelo PL, e gerou um debate intenso entre acadêmicos e cientistas.

Entidades como a Academia Brasileira de Ciências e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) manifestaram-se contrárias à exoneração, enfatizando a importância de evitar que a direção da FAPERJ se transforme em um espaço de indicações políticas. A Fiocruz expressou preocupação, advertindo que a mudança pode ter um "impacto devastador nas conquistas de um projeto construído com zelo e competência nos últimos anos."

Em uma demonstração de descontentamento, no dia 24 de outubro, o prédio da FAPERJ recebeu um "abraço simbólico", e uma petição online já contava com mais de 20 mil assinaturas, clamando pela reintegração de Jerson Lima.

O nome indicado para assumir a presidência foi Caroline Alves, porém, a escolha foi criticada, inclusive por membros do próprio governo. O subsecretário de estado Victor Travancas se manifestou contra a indicação, alegando que a candidata não possui doutorado, um requisito essencial para o cargo, e recomendou que ela obtenha o título antes de uma nova candidatura.

A expectativa da comunidade científica é que a nova gestão não comprometa os avanços conquistados nas últimas décadas. O governo do estado se defendeu, afirmando que a mudança visa melhorar ainda mais o trabalho da FAPERJ, que continuará investindo em ciência e tecnologia com total transparência.

Em uma audiência pública recente na Assembleia Legislativa, diversos pesquisadores se manifestaram em uníssono pela escolha de um presidente com sólida formação científica e experiência em gestão, reafirmando a unicidade de seu pedido: que a nova liderança seja composta por alguém que compreenda o papel crítico da ciência no desenvolvimento do estado.

Em um encontro com reitores de universidades, o governador garantiu que as políticas de apoio da FAPERJ à ciência seriam mantidas. Contudo, muitas vozes ainda clamam por um comprometimento real com a escolha de um presidente que não apenas tenha um currículo robusto, mas que também represente a liderança científica necessária para guiar a FAPERJ.

Recentemente, a FAPERJ financiou pesquisas que foram vitais para comprovar a ligação entre o zika vírus e a microcefalia, além de apoiar o desenvolvimento de uma nova molécula por pesquisadores da UFRJ que pode auxiliar no combate ao Alzheimer. O futuro da FAPERJ e da ciência no Rio de Janeiro, portanto, depende das decisões que serão tomadas agora.