PF prende general Braga Netto por suposto plano de golpe militar
2024-12-14
Autor: Carolina
PF prende general Braga Netto por suposto plano de golpe militar
A Polícia Federal prendeu o general da reserva Braga Netto, apontado como o suposto chefe de um grupo que planejava uma intervenção militar no Brasil. A investigação revela que ele teria coordenado um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, e está entre os 37 indiciados em um esquema que, segundo a PF, tinha como objetivo desestabilizar o governo atual.
Braga Netto, que foi ministro da Defesa no governo de Jair Bolsonaro, é considerado um dos principais aliados do ex-presidente e, por isso, estaria se beneficiando diretamente de um possível golpe. Ele também foi candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022.
Os advogados de Braga Netto rebatem as acusações, afirmando que não existiram planos para um golpe militar ou qualquer intento de assassinato. Uma nota divulgada pela defesa declara que o general não participou de qualquer discussão relacionada ao tema.
A prisão de Braga Netto ocorreu após a delação de Mauro Cid, ex-assessor de Bolsonaro, que revelou detalhes sobre os encontros clandestinos realizados na residência do general em 12 de novembro de 2022. Durante esses encontros, teria sido elaborado um documento intitulado "Copa 2022", que seria um guia para a ação dos chamados "kids pretos", um grupo de elite do Exército brasileiro.
No decorrer das investigações, foi descoberto que Cid informou à PF que Braga Netto teria entregado quantias em dinheiro, disfarçadas em embalagens de vinho, a membros das Forças Especiais para financiar o plano golpista logo após a reeleição de Lula. O montante estimado para viabilizar o plano chegaria a R$ 100 mil, segundo conversas trocadas entre os envolvidos.
Além disso, mensagens apreendidas revelaram que havia considerações sobre o uso de efetivos militares deslocados no Rio de Janeiro para apoio ao golpe. Uma das descobertas mais alarmantes foi a elaboração de um plano alternativo de governo, onde Braga Netto seria uma figura central em um suposto gabinete de "gestão da crise". Este documento, encontrado com o general da reserva Mário Fernandes, incluía a participação de outros nomes de destaque no cenário militar, como o ex-ministro Augusto Heleno.
O caso continua a gerar polêmica e repercussão em todo o país, levantando questões sobre a atuação das forças armadas na política brasileira. A população aguarda com expectativa os próximos desdobramentos da investigação, que pode ter sérias implicações para a democracia no Brasil.