Operação 'Creditum' e seus objetivos

A Policia Federal (PF) e a Receita Federal realizaram nesta quinta-feira (16) a operação 'Creditum', um grande empreendimento para desmantelar uma organização criminosa acusada de fraudes fiscais relacionadas à compra de veículos de luxo avaliados em mais de R$ 500 mil. A ação ocorreu em uma concessionária de automóveis de alto padrão na Zona Centro-Sul de Manaus.

Mandados e movimentações financeiras

Durante o cerco, 15 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Manaus, Manacapuru, e no Rio de Janeiro. Investigações apontam que cerca de R$ 15 milhões foram movimentados ilegalmente por meio desse esquema fraudulento.

Modo de operação da fraude

O modus operandi da fraude consistia em pessoas físicas utilizando o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) de empresas fantasmas para obter descontos na aquisição de carros. Os veículos eram registrados em nome dessas entidades fictícias, que posteriormente transferiam os automóveis para os proprietários reais.

Colaboração de instituições

A PF informou que o esquema contava com a colaboração de gerentes e funcionários de instituições financeiras e concessionárias de veículos de luxo. Os criminosos se aproveitavam dos benefícios fiscais destinados a empresas na compra de automóveis, burlando assim a legislação vigente.

Continuação das investigações

O delegado Sávio Pinzon, da PF no Amazonas, ressaltou que a investigação se prolongará para analisar o material apreendido, que inclui documentos e mídias digitais, em colaboração com a Receita Federal. A participação das concessionárias que comercializavam os veículos também será averiguada, para determinar se houve intenção de conivência com o crime.

Repercussões legais

A PF ainda não divulgou quantos veículos foram apreendidos durante a operação, mas os suspeitos podem enfrentar severas consequências legais, incluindo acusações de financiamento fraudulento, sonegação fiscal, falsidade ideológica, e lavagem de dinheiro.

Posicionamento da concessionária

O advogado da concessionária investigada, Joab Hardman, comentou que ainda não teve acesso aos detalhes do inquérito, mas afirmou que sua cliente não cometeu nenhuma infração e que todos os esclarecimentos serão apresentados à Justiça. Ele também destacou que a empresa adquiriu a marca apenas no primeiro trimestre de 2024 e que o atual processo é referente a 2023, pedindo cautela ao tratar do assunto enquanto a investigação avança.

Considerações finais

"Quem possui veículos de luxo pode ter suas práticas de compra e venda investigadas, uma vez que o mercado está sob a lupa da PF e da Receita Federal", conclui um especialista em segurança financeira. Essa operação levanta questões importantes sobre a legalidade de transações comerciais envolvendo bens de alto valor e alerta sobre a necessidade de diligência ao realizar compras de automóveis.