Pesquisas Revelam Nova Esperança para o Pau-Brasil em Perigo de Extinção

Neste ano, a biológa Patrícia da Rosa trará à luz resultados impressionantes de um estudo que identificou 12 novas populações de pau-brasil em áreas nativas do Estado do Rio de Janeiro. Com essas novas descobertas, o total de populações conhecidas da árvore em seu ambiente original superará 100, um grande avanço para a conservação dessa espécie emblemática do Brasil.

Após dois anos e meio de expedições em matas nativas, Patrícia e sua equipe, que contou com a participação do biólogo Nerivaldo Gomes Antas, coletaram dados e realizaram consultas com outros cientistas que também buscam entender melhor essa árvore tão icônica. De acordo com a bióloga, “O brasileiro não conhece o pau-brasil”. Para ela, essa árvore, que já foi considerada extinta por muitos, deve ser vista como um símbolo nacional, assim como o panda é para a China.

A conversa sobre o pau-brasil ganhou ainda mais destaque após a publicação de uma reportagem na revista "Globo Rural", que já está disponível. A pesquisa incluiu não apenas os 12 novos registros no Rio de Janeiro, mas também importantes descobertas do grupo da professora Valquíria Ferreira Dutra, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), que trabalhou na identificação de duas populações de uma rara variante de pau-brasil que só existe nesta região.

Historicamente, o pau-brasil foi o primeiro recurso com valor comercial documentado por portugueses no Brasil após a chegada em 1500. No entanto, durante séculos, o conhecimento sobre essa árvore permaneceu limitado. Só nos últimos 20 anos, os cientistas começaram a perceber que existem diferentes "tipos" de pau-brasil, os quais são melhor descritos como linhagens. Principalmente, três linhagens principais foram identificadas: a 'arruda', a 'laranja' e a 'café', cada uma com características únicas próprias das diversas regiões brasileiras.

Patrícia da Rosa explica que as características do pau-brasil do Rio de Janeiro são distintas das plantas encontradas em partes do Nordeste, como em Pernambuco. Nosso conhecimento sobre essas árvores está em franca evolução, e ela defende que as iniciativas de conservação devem considerar as especificidades de cinco linhagens identificadas até agora, algo que é central em sua pesquisa de doutorado na Escola Nacional de Botânica Tropical.

O biólogo Haroldo de Lima, orientador de Patrícia e parte fundamental no desvendamento do pau-brasil, lembra que nas décadas de 1980, muitos acreditavam que a árvore estava extinta. Junto ao professor Luciano Paganucci de Queiroz e a outros pesquisadores, Lima obteve provas de que essa árvore possessora de uma linhagem evolucionária única merece seu próprio gênero, o Paubrasilia, que foi estabelecido em 2016, substituindo o nome anterior, Caesalpinia echinata.

Os cientistas continuam a desvendar mistérios sobre o pau-brasil e buscam métodos eficazes para garantir sua preservação, com a criação de unidades de conservação sendo uma das principais estratégias propostas. Claudia Barros, do Jardim Botânico do Rio, corrobora essa ideia, enfatizando a importância de ações concretas para salvaguardar essa espécie emblemática de nossa identidade nacional.

Você sabia que o pau-brasil, além de ser a árvore nacional do Brasil, também é uma fonte potencial de novos produtos e tecnologias? Não perca a oportunidade de acompanhar as últimas pesquisas e ajude a preservar essa joia da natureza!