Negócios

Peso Argentino despenca 17% após mudanças radicais na economia

2025-04-14

Autor: Maria

Caída dramática do Peso Argentino

O peso argentino sofreu uma desvalorização impressionante de cerca de 17% nesta segunda-feira (14), após o novo governo de Javier Milei anunciar mudanças audaciosas, incluindo um acordo de US$ 20 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a flexibilização de controles cambiais que estavam em vigor desde 2019.

Consequências da política econômica radical

Embora a desvalorização fosse prevista, ela ilustra os efeitos impactantes da política econômica ultraliberal que Milei implementou desde que assumiu a presidência em dezembro de 2023. O Banco Central da República Argentina (BCRA) abandonou o sistema de "crawling peg", permitindo que o peso flutue livremente em uma nova faixa cambial de 1.000 a 1.400 pesos por dólar, causando um choque imediato no mercado.

Subida dos títulos da dívida e incertezas persistentes

Enquanto o peso recuava, os ativos financeiros argentinos experimentaram uma valorização, com alguns títulos subindo mais de quatro centavos de dólar. Contudo, essa recuperação pontual não apaga as incertezas que permeiam a economia, que enfrenta inflação crônica, aumento da pobreza e uma capacidade produtiva em declínio.

Esperanças em novos recursos financeiros

O acordo com o FMI prevê um desembolso inicial de US$ 12 bilhões, com a possibilidade de mais US$ 3 bilhões até o fim do ano. O governo acredita que esses recursos — juntamente com novos empréstimos de credores privados e bancos multilaterais — ajudarão a revitalizar as reservas internacionais.

Reações do mercado financeiro

De acordo com a análise do Goldman Sachs, espera-se uma reação positiva do mercado aos anúncios recentes, considerandos que a nova taxa de câmbio flutuante "superou nossas expectativas" e poderá facilitar um ajuste macroeconômico necessário. Por outro lado, o JP Morgan destacou que a liquidez das receitas de exportadores agrícolas pode ajudar a limitar a queda do peso, prevendo que a diferença entre o câmbio oficial e o paralelo diminua para 5%.