Parto e Pílula: Como Proteger as Mulheres Contra o AVC!
2025-01-18
Autor: Carolina
Após uma década sem alterações, a American Heart Association e a American Stroke Association, dos Estados Unidos, renovaram suas diretrizes focadas na prevenção de Acidente Vascular Cerebral (AVC), enfatizando cuidados preventivos e mudanças no estilo de vida. As novas orientações, publicadas em outubro de 2024 na revista Stroke, abordam como evitar derrames em mulheres, assim como novas instruções sobre o tratamento de AVC isquêmico e hemorrágico dentro das instituições de saúde.
O AVC é uma das principais causas de morte e incapacidade em todo o mundo, e seu impacto é ainda mais severo em países de baixa e média renda, onde os serviços de saúde frequentemente não possuem a estrutura necessária para prevenção, diagnóstico, ou tratamento eficaz dessa condição. Segundo as diretrizes atualizadas, mais da metade dos AVCs pode ser evitada.
Os fatores de risco primordiais incluem hipertensão arterial, níveis altos de colesterol, diabetes e obesidade. No Brasil, cerca de 1,5% da população sofre um AVC a cada ano, de acordo com a Estatística Cardiovascular 2023 da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Estima-se que 2 milhões de brasileiros vivam com sequelas, com a condição sendo mais comum entre aqueles com mais de 60 anos.
A neurologista Polyana Piza, do Hospital Israelita Albert Einstein em Goiânia, ressalta que, apesar de a avaliação dos fatores de risco ser realizada frequentemente, há uma ênfase maior em doenças cardíacas, como infartos, do que em AVCs. "É essencial que abordemos essas condições de forma interconectada", alerta.
A prevenção do AVC deve envolver não apenas os profissionais da saúde, mas também o governo e a sociedade em geral. "É fundamental que todos participem da conscientização sobre como evitar derrames, assim reduzimos o número de mortes e sequelas desta doença", complementa Piza.
As novas diretrizes também recomendam que as pessoas se conscientizem sobre os benefícios de adotarem um estilo de vida saudável, como parar de fumar, aumentar a atividade física, melhorar a alimentação e ter um sono de qualidade. Pesquisas contemporâneas demonstram que essas mudanças não apenas reduzem o impacto do AVC, mas também podem silenciar genes predisponentes.
Foco nas Mulheres
Além das recomendações gerais, as diretrizes enfatizam a necessidade de rastrear mulheres quanto a fatores específicos de sexo e gênero que podem aumentar o risco de AVC. Isso inclui o uso de anticoncepcionais orais e complicações durante a gravidez, como hipertensão e parto prematuro. É crucial gerenciar adequadamente a pressão arterial elevada durante a gestação e até seis semanas após o parto para minimizar os riscos de AVC.
Outros fatores que merecem atenção incluem endometriose, insuficiência ovariana prematura e menopausa precoce. Mulheres trans e aquelas que utilizam estrogênio para a afirmação de gênero podem também estar em maior risco. Piza observa que, além dos fatores hormonais, muitas mulheres lidam com sobrecargas de trabalho em casa e no emprego, frequentemente associadas a hábitos prejudiciais como tabagismo e consumo de álcool, que elevam a pressão arterial e pioram a qualidade do sono.
O uso de implantes hormonais manipulados tem se mostrado uma preocupação adicional. Embora não esteja na nova documentação dos EUA, a neurologista vê um aumento no uso de 'chips da beleza', uma combinação de hormônios que pode prejudicar a saúde cerebral e vascular das mulheres, especialmente desencadeando doenças vasculares em jovens adultos.
Finalmente, Polyana Piza enfatiza a importância da prevenção secundária do AVC, que implica em tratamento adequado para aqueles que já sofreram um AVC ou um Acidente Isquêmico Transitório (AIT). Esse tratamento deve incluir controle rigoroso da pressão arterial, colesterol e coagulação sanguínea quando necessário, além de incentivarem mudanças no estilo de vida. **Não deixe para depois: cuide da sua saúde cerebral e conheça os sinais de um AVC!**