Neste fim de semana, o Partido Sonho Georgiano, liderado pelo bilionário Bidzina Ivanishvili, declarou vitória nas eleições parlamentares na Geórgia, enquanto a oposição denuncia uma suposta fraude eleitoral em larga escala. Observadores internacionais apontaram diversas irregularidades que, segundo eles, comprometem a legitimidade do processo eleitoral.

De acordo com a Comissão Eleitoral, o partido obteve aproximadamente 54% dos votos. Já seus quatro principais adversários, que prometeram apoiar uma carta em prol da União Europeia elaborada pela presidente Salome Zourabichvili, conseguiram juntos cerca de 37% da votação e ultrapassaram o limite necessário para conquistar cadeiras no parlamento.

Em uma coletiva de imprensa realizada no domingo (27), Zourabichvili declarou: “Isso foi uma completa falsificação, um roubo em larga escala dos votos. Nunca antes houve uma situação como esta – fomos privados do nosso direito a eleições justas; esta foi uma eleição ao estilo russo.”

Ainda que a voz da presidente em relação ao resultado tenha peso simbólico, já que seu papel na política interna é limitado, a insatisfação da oposição é palpável. Após consultar três coalizões que conseguiram se eleger, todos os representantes da oposição rejeitaram aceitar seus mandatos parlamentares e convocaram seus apoiadores a protestar a partir de segunda-feira (28).

As tensões vêm aumentando na Geórgia, um pequeno país do Cáucaso com cerca de 4 milhões de habitantes, especialmente após o governo do Sonho Georgiano aprovar uma legislação que EUA e UE alegam ser inspirado por influências russas. Além disso, a situação política se torna ainda mais complicada com a crescente preocupação da comunidade internacional sobre o futuro democrático do país. Especialistas alertam que a polarização e os conflitos entre governo e oposição podem levar a uma crise política sem precedentes na Geórgia.