Nação

Parece um filme de máfia: Policial preso por fornecer celulares a detentos foi diretor de presídio em Itaitinga

2024-11-01

Autor: Mariana

Na quinta-feira, 31 de outubro, um policial penal foi preso em um desdobramento chocante de uma investigação que o apontava como parte de um esquema de corrupção nas unidades prisionais do Ceará. Durante a ação, as autoridades encontraram diversos celulares e uma quantia considerável de dinheiro em espécie com o acusado.

O suspeito, identificado como José Ramony Emanuel de Melo Costa, ocupava anteriormente o cargo de diretor da Unidade Prisional Agente Penitenciário Luciano Andrade Lima (UP-Itaitinga1). A exoneração de Ramony foi publicada um dia antes, além de sua exoneração prévia da Unidade Prisional Professor Clodoaldo Pinto (UP-Itaitinga2), onde já havia enfrentado críticas pela sua gestão.

A situação se agravou em 3 de agosto, quando ocorreu uma tentativa de fuga na unidade sob sua supervisão, o que o levou a ser convocado pelo senador Eduardo Girão para prestar esclarecimentos. O suspeito também tinha um histórico notável, tendo sido chefe de equipe na Unidade Prisional de Segurança Máxima do Estado do Ceará (UP-Máxima), conforme registros da Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP).

Atualmente, Ramony estava alocado na Unidade Prisional de Ensino, Capacitação e Trabalho de Itaitinga (UPECT-Itaitinga), onde continuava a exercer suas funções até a prisão.

Em conversa com O POVO, o advogado Carlos Bezerra Neto, que representa o policial, declarou que ainda não tinha acesso completo à investigação e, portanto, não poderia se manifestar detalhadamente. No entanto, ele expressou sua crença na inocência de Ramony, apontando que o material apresentado à defesa continha inconsistências.

Ramony é acusado de liderar um esquema destinado à introdução de celulares em presídios, uma tarefa que, se confirmada, teria graves implicações para a segurança das unidades prisionais. A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) está à frente das investigações.

Além dos aparelhos apreendidos, um veículo de luxo de propriedade do policial foi confiscado durante a operação. A CGD informou que um processo administrativo foi aberto contra ele, e, se culpado, Ramony pode ser expulso do serviço público.

Por meio de um comunicado, a SAP reiterou seu total apoio ao trabalho da CGD e reafirmou a determinação de combater o crime dentro das instituições do estado. Contudo, essa prisão levanta diversas questões sobre a segurança nas unidades prisionais e a integridade dos envolvidos na administração penitenciária. O público aguarda novos desdobramentos enquanto a investigação avança.