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Papa Francisco condena ataques de Israel e alerta sobre moralidade na guerra

2024-09-29

Neste último domingo, o Papa Francisco foi questionado sobre os recentes ataques aéreos israelenses no Líbano, que resultaram na morte de Sayyed Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, e de civis não combatentes. Durante o voo de retorno a Roma após uma visita à Bélgica, o pontífice expressou sua condenação aos ataques militares, ressaltando que estes vão "além da moralidade".

"Os países não podem exagerar no uso de suas forças militares", alertou Francisco, enfatizando que mesmo em tempos de guerra, é essencial manter princípios morais. Ele declarou: "A guerra é imoral. Mas as regras da guerra dão a ela alguma moralidade."

Ao abordar os últimos ataques de Israel em uma coletiva de imprensa no avião, o papa de 87 anos disse: "A defesa deve ser sempre proporcional ao ataque. Quando há algo desproporcional, você vê uma tendência de dominação que vai além da moralidade."

Como líder de 1,4 bilhão de católicos em todo o mundo, Francisco frequentemente clama pelo fim de conflitos violentos, mas tem cuidado para não ser visto como alguém que aponta dedos. Nos últimos dias, no entanto, ele não tem hesitado em comentar as ações de Israel na guerra contra o Hamas, que se arrasta há quase um ano.

Em sua declaração, o papa chamou os ataques aéreos israelenses no Líbano de "inaceitáveis" e pediu à comunidade internacional que tomasse medidas efetivas para acabar com os combates. Além disso, em 28 de setembro, ele condenou as mortes de crianças palestinas em ataques israelenses na Gaza, destacando a urgência da situação.

Francisco revelou ainda que mantém contato diário com membros de uma paróquia católica em Gaza, ouvindo relatos sobre as condições de vida e a violência que assolam a área. "Todos os dias, eles compartilham comigo a crueldade que está acontecendo lá", afirmou o pontífice, acrescentando que essas conversas o motivam ainda mais a agir em favor da paz. O apelo do papa ressoa em um momento em que a violência na região parece implacável e a necessidade de uma solução pacífica se torna cada vez mais urgente.