Na manhã desta quarta-feira (18), Joseph Corcoran, um homem de 49 anos, foi executado por injeção letal na Prisão Estadual de Indiana, em Michigan City. Esta marca a primeira execução no estado em 15 anos, reacendendo debates acalorados sobre a pena de morte nos Estados Unidos.

Corcoran foi condenado em 1997 por um crime horrendo: matar quatro pessoas, incluindo seu próprio irmão, James Corcoran, de 30 anos. A brutalidade do crime chocou a comunidade de Fort Wayne, Indiana, onde Corcoran, em um momento de estresse emocional, disparou contra seus irmãos e amigos durante uma crise familiar que se agravava com o casamento iminente de sua irmã.

A execução foi conduzida com um protocolo padrão de injeção letal, embora detalhes sobre a substância utilizada não tenham sido amplamente divulgados. Surpreendentemente, antes de sua morte, Joseph fez um pedido inusitado: um sorvete da famosa marca Ben & Jerry's como sua última refeição. Suas últimas palavras foram enigmáticas: "Na verdade, não. Vamos acabar logo com isso". Esse momento fez com que muitos se perguntassem sobre o estado mental do condenado.

Intensos debates éticos cercam a pena de morte, e a defesa de Corcoran argumentou que ele sofria de "esquizofrenia paranoica grave e de longa data", solicitando que o governador reconsiderasse sua execução. A situação familiar tensa e o histórico de problemas mentais não foram suficientes para comover as autoridades, levando à realização da pena.

A presença de testemunhas durante as execuções é um aspecto polêmico. Quatro pessoas, incluindo dois familiares de Corcoran e um repórter, foram autorizadas a assistir à execução, que durou 44 minutos. Entretanto, apenas uma visão limitada do ocorrido foi possível devido à instalação de uma sala com janelas unidirecionais. Informações sobre as execuções são frequentemente escassas, e em Indiana, apenas Wyoming se junta ao estado em proibir a cobertura midiática deste tipo de evento, segundo o Centro de Informações sobre a Pena de Morte.

A irmã de Joseph, Kelly Ernst, expressou sua indignação ao afirmar que a execução arruinaria seus aniversários e seus futuros Natais, destacando a desumanidade da pena de morte. "Parece que isso vai arruinar o Natal para o resto de nossas vidas. É exatamente isso", disse ela, denunciando a frieza do sistema.

Este evento é parte de um padrão crescente de execuções nos EUA, já que no mês passado, cinco prisioneiros em diferentes estados foram executados na mesma semana, o que representa um número alarmante em um período onde o apoio à pena de morte tem diminuído. Especialistas alertam que esse aumento nas execuções pode ser fruto de várias coincidências, mas a alarmante frequência de penas capital pode indicar um endurecimento das políticas penais em alguns estados.

Como sociedade, devemos nos questionar: a pena de morte é realmente a solução para a criminalidade? O que isso diz sobre nossa humanidade?