Tecnologia

Pagers no Líbano: Entenda a Explosão que Mudou o Cenário da Segurança

2024-09-17

Homem mostra como ficou pager após explosão — Foto: Telegram/Reprodução

📱 Os pagers, também conhecidos como 'bipes' no Brasil, foram instrumentos de comunicação que ganharam popularidade nas décadas de 1980 e 1990. Antes do avanço dos celulares, esses dispositivos utilizavam transmissões de rádio para enviar e receber mensagens, com códigos únicos para cada aparelho, semelhantes a números de telefone.

Para se comunicar, as pessoas precisavam ligar para uma central e informar o número do destinatário, fazendo com que a mensagem aparecesse no pager. Isso era extremamente prático na época, mas ao longo do tempo, com o advento de novas tecnologias, seu uso foi sendo reduzido.

Com a crescente preocupação em relação à segurança, os pagers voltaram à cena, especialmente entre grupos que buscam evitar rastreamento, como o Hezbollah, no Líbano. O líder do grupo, Hassan Nasrallah, orientou seus combatentes a abandonarem os smartphones, que poderiam ser facilmente monitorados.

Recentemente, o mundo foi chocado por uma série de explosões que ocorreram devido a pagers utilizados pelo Hezbollah. Esses dispositivos, importados há cerca de cinco meses, continham cargas explosivas que chegaram a 20 gramas. As explosões resultaram em três mortes e mais de 2.000 feridos, uma tragédia que deixou a população em choque.

Fontes da segurança libanesa revelaram que a forma como as explosões foram ativadas ainda está sob investigação. Duas teorias emergiram: a possibilidade de que explosivos tenham sido embutidos nos pagers ou a ativação através de um pulso eletrônico. Um membro do Hezbollah afirmou que os pagers aqueceram inicialmente antes da detonação, levantando dúvidas sobre a segurança e a confiabilidade dos dispositivos.

Após os incidentes, o governo libanês emitiu um aviso urgente para que os cidadãos descartassem imediatamente seus pagers, um reflexo da grave preocupação em relação à segurança pública. Em meio a isso, especulações aumentam, com o Hezbollah suspeitando de que as explosões tenham sido um ataque israelense, embora as autoridades israelenses não tenham se manifestado sobre as alegações.

O que essa situação nos ensina é um alerta sobre como a tecnologia pode ser utilizada para fins nefastos, e como um simples dispositivo de comunicação pode relacionar-se a questões mais amplas de segurança e vigilância em um cenário de conflitos. Não deixe de acompanhar nossas atualizações sobre essa e outras questões de segurança no Oriente Médio, pois as consequências dos eventos podem afetar não apenas o Líbano, mas toda a região.