Saúde

Os perigos da "dezembrite": como cuidar da sua saúde mental no fim de ano

2024-12-27

Autor: Julia

A síndrome do fim de ano afeta a saúde emocional de milhares de brasileiros; entenda como lidar

Com a chegada de dezembro, as festas, a agitação e a celebração são comuns. No entanto, muita gente também enfrenta uma montanha-russa emocional nesse período. O fenômeno, conhecido como "dezembrite", é marcado por reflexões sobre o que foi conquistado e o que não se alcançou, o que pode trazer à tona sentimentos de ansiedade, frustração e até depressão.

De acordo com os especialistas, a "dezembrite" resulta de uma mistura de fatores, incluindo a pressão social para ser feliz, as expectativas criadas por redes sociais e as dificuldades pessoais que se acentuam no fim do ano. Essas condições podem afetar particularmente aqueles que já lidam com vulnerabilidades emocionais.

Arthur Danila, coordenador do Programa de Mudança de Hábitos do Instituto de Psiquiatria da USP, destaca que dezembro pode intensificar os sentimentos de perda, especialmente para aqueles que sofreram lutos ou traumas ao longo do ano. É um período crítico, onde a comparação social exacerbada pode levar as pessoas a um estado de melancolia e desânimo.

Os jovens, em especial, não estão imunes a esse fenômeno. O psiquiatra Rodrigo Bressan, presidente do Instituto Ame Sua Mente, observa que crianças e adolescentes em desenvolvimento emocional podem sentir ainda mais essas oscilações de humor, especialmente após a interrupção das interações sociais durante a pandemia de COVID-19. Os sinais incluem tristeza, irritabilidade e dificuldades na escola, que devem ser monitorados por pais e professores.

Como minimizar os efeitos da "dezembrite"

Felizmente, há maneiras de enfrentar essa época desafiadora. Os especialistas recomendam algumas práticas:

1. **Exercícios Físicos e Hobbies**: Praticar atividades físicas e cultivar hobbies pode aliviar o estresse e melhorar o humor, ajudando a liberar endorfinas que trazem sensação de bem-estar.

2. **Conexão Social**: Encontrar apoio entre amigos e familiares pode ajudar a combater o sentimento de isolamento e proporcionar conforto emocional.

3. **Autocompaixão**: É crucial reconhecer que nem todas as metas serão alcançadas e que tudo bem ter um ano difícil. Valorize suas conquistas e aprenda com os desafios.

4. **Buscar Ajuda Profissional**: Se você se sentir sobrecarregado, considere buscar apoio de profissionais de saúde mental. O Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece atendimento gratuito e pode ser um recurso valioso.

A saúde mental no ambiente de trabalho

No contexto corporativo, dezembro também traz estresse adicional. Metas acumuladas e pressões para finalizar projetos criam uma atmosfera tensa. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já relatou que o Brasil liderava índices de ansiedade em 2019. As empresas devem implementar políticas de saúde mental, como flexibilização de prazos e promover um ambiente de suporte emocional.

É importante distinguir a tristeza passageira de possíveis sinais de depressão mais séria. Fique atento a sintomas como apatia prolongada e perda de prazer nas atividades. A OMS alerta que até 2030 a depressão será a principal causa de perda de saúde globalmente, sublinhando a urgência de se tratar a saúde mental com a seriedade que merece.

Em resumo, o fenômeno da "dezembrite" é um reflexo das pressões emocionais e sociais que muitas pessoas enfrentam no fim do ano. Reconhecer e trabalhar em cima desses desafios, priorizando o autocuidado e buscando suporte, pode fazer toda a diferença para iniciar o novo ano com leveza e saúde mental. Não deixe que o peso do ano passado interfira na sua felicidade futura!