Saúde

Os Desafios do Diagnóstico Precoce de Alzheimer: O que Você Precisa Saber

2024-09-24

Recentemente, participei de um seminário com a assistente social Susan Frick, que é a diretora do programa 'Without Warning' (Sem Aviso), criado em 2004 para ajudar pacientes diagnosticados com Doença de Alzheimer precoce. Ela também é produtora executiva do documentário 'Too Soon to Forget' (Cedo Demais para Esquecer), que acompanha a realidades enfrentadas por nove famílias nesta jornada cheia de obstáculos.

O que muitos não sabem é que o Alzheimer precoce afeta indivíduos com menos de 65 anos, frequentemente sem nenhuma outra condição de saúde pré-existente. Muitas vezes, a identificação da doença leva tempo, pois os sintomas iniciais podem ser confundidos com estresse, depressão ou até mesmo alterações típicas da menopausa. Assim, casais costumam procurar terapia acreditando que as mudanças em seu relacionamento sejam de natureza sexual ou emocional, quando na verdade podem estar lidando com algo muito mais sério.

Durante o evento online, duas mulheres, Michele e Katrina, compartilharam suas experiências desafiadoras. Michele mencionou que seu marido, um professor de educação física, foi demitido sem que ninguém suspeitasse que ele tinha Alzheimer, evidenciando o impacto devastador que a condição pode ter na vida profissional e financeira de uma família.

Setembro é o mês de conscientização sobre o Alzheimer, e a história dessas mulheres destaca a importância de entender a doença.

Katrina revelou que foi difícil notar a gravidade da situação: "Levou um tempo para perceber que estávamos em um novo patamar; só percebi quando ele começou a errar os caminhos que sempre conheceu. O mais triste para mim é ver a perda da comunicação; eu o monitoro constantemente". Essa realidade ressalta como o Alzheimer não apenas afeta o portador, mas também transforma a dinâmica familiar.

Susan Frick comentou sobre as diversas mudanças causadas pela doença: alterações na memória, mudanças de humor e personalidade, além de dificuldades na comunicação e nas atividades diárias. Ela citou um participante que disse: 'Para mim, o Alzheimer é como estar em um buraco. Eu posso ver as pessoas, mas não sei como chegar até elas.' Essa analogia ilustra o imenso desafio que familiares e portadores enfrentam ao reconhecer a doença e se adaptar a uma nova rotina de cuidados.

A especialista enfatizou a importância de participar de grupos de apoio: "Esses grupos são essenciais. As pessoas percebem que não estão sozinhas, fazem novas amizades, ajudam a melhorar o humor e cuidam da saúde mental. Os desafios são diários, e esses espaços permitem que compartilhem experiências com outros que entendem o que estão passando."

À medida que a conscientização sobre o Alzheimer aumenta, é vital que sociedade e famílias compreendam a seriedade dessa doença. A identificação precoce e o apoio adequado podem fazer uma diferença imensa na qualidade de vida dos pacientes e de seus entes queridos. Não deixe de buscar conhecimento e compartilhar estas informações; isso pode mudar vidas!