A recente eliminação do Corinthians na CONMEBOL Sul-Americana, coincidentemente no mesmo dia em que a Fifa anunciou a punição ao clube com um transfer ban, ilumina a mais profunda crise enfrentada pelo clube paulista neste século. O Corinthians não apenas foi excluído da competição continental, como também ficou de fora da CONMEBOL Libertadores e da Copa do Brasil em 2025, resultado de uma campanha decepcionante no Campeonato Paulista, onde não conseguiu se classificar entre os cinco primeiros.

O futuro do Timão é sombrio: no próximo ano, a equipe disputará apenas o Paulistão e o Campeonato Brasileiro, que pode ser da Série A ou B, dependendo do desempenho. Com menos competições, as receitas prometem cair drasticamente, especialmente considerando que o Corinthians tem uma das maiores folhas salariais do futebol brasileiro, incluindo um investimento mensal de cerca de R$ 3 milhões no atacante Memphis Depay, o estrela da atual gestão.

O transfer ban anunciado no dia 31 de outubro impede novas contratações até que a dívida com o zagueiro paraguaio Balbuena seja resolvida, o que aumenta ainda mais a pressão sobre o clube. Enquanto isso, o Palmeiras, arquirrival do Corinthians, continua a brilhar, conquistando o tricampeonato paulista e aumentando a diferença de títulos entre os clubes.

Em 2025, o Corinthians pode completar seis anos sem conquistar um título relevante, a maior fila desde 1977. As novas gerações de torcedores corintianos não enfrentaram as dificuldades que seus antecessores viveram e, a cada dia que passa, a pressão cresce sobre a atual diretoria. Um jogo crucial se aproxima: na próxima segunda-feira (4), o Corinthians enfrentará o Palmeiras no Campeonato Brasileiro, e uma derrota pode custar o emprego do técnico Ramón Díaz, que tem enfrentado críticas severas por suas decisões.

O cenário financeiro do clube também é alarmante, com uma dívida que ultrapassa R$ 2 bilhões, um recorde absoluto no futebol brasileiro. A busca da torcida por alternativas para pagar a dívida da arena corintiana revela a terrível administração que o clube sofreu nos últimos anos. Desde 2020, o Corinthians não conquistou nenhum título importante, um espelho do desespero que se instala no coração da Fiel.

A saída precipitada de ídolos, como os goleiros que deixaram o Corinthians, e a possível conquista da Sul-Americana por Cássio, agora pelo Cruzeiro, apenas realçam a dor da torcida. O Flamengo, por sua vez, está a caminho de mais uma conquista da Copa do Brasil, somando ainda mais pressão sobre o Parque São Jorge.

Rivais como São Paulo, Fluminense e Atlético-MG estão se destacando, enquanto o Corinthians perde competitividade. Até clubes de menor expressão, como Fortaleza e Bahia, mostram um desempenho administrativo superior, exacerbando a sensação de que um dos maiores clubes do Brasil está deslizando para uma crise sem precedentes.

As discussões durante debates sobre a presidência do clube deixaram claro que a situação é crítica, independentemente de quem viesse a assumir. A gestão de Duilio Monteiro Alves, o último presidente da era corintiana, foi marcada pela falta de títulos e um aumento significativo da dívida.

Os torcedores anseiam por mudança, mas a verdade é que poucos dirigentes controlam os rumos do Corinthians, e decisões questionáveis permeiam o ambiente. É difícil imaginar o Corinthians se transformando em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), dado seu orgulho e a história gloriosa, embora o potencial de arrecadação seja imenso e pouco explorado devido a decisões internas erradas.

Enquanto clubes como Palmeiras e Flamengo se preparam para o Super Mundial da FIFA em 2025, o Corinthians corre o risco de lutar para não ser rebaixado. É, no mínimo, inconcebível como uma diretoria consegue levar um clube com tanta história e uma torcida apaixonada a uma situação tão deplorável.