Derrota monumental no Parlamento

O chanceler alemão, Olaf Scholz, enfrentou uma desfeita monumental nesta segunda-feira (16), ao perder o voto de confiança do Parlamento, um resultado que era amplamente previsto e que sinaliza o desmoronamento de seu governo. Essa situação poderá levar a eleições antecipadas na Alemanha em fevereiro de 2025.

Com 394 votos a favor da dissolução do governo, contra 207 que defenderam a permanência de Scholz, e 116 abstenções, o clima no Bundestag estava tenso. Esse mecanismo é acionado quando os parlamentares sentem que é necessário reavaliar o desempenho do governo, comum em sistemas parlamentaristas.

Próximos passos

Agora, a bola está com o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, que tem um prazo de 21 dias para decidir se dissolve a Câmara dos Deputados, o Bundestag, composta por 736 assentos. Se a dissolução ocorrer, novas eleições devem ser organizadas no máximo em 60 dias, sendo o próprio presidente responsável por determinar a data do pleito, conforme a legislação eleitoral do país.

Apesar da derrota no voto de confiança, Scholz permanecerá no cargo até a formação de um novo Parlamento resultante da eleição.

Crise política em aprofundamento

🔍 Contexto: A crise política que afeta a Alemanha se agravou em novembro, quando Scholz demitiu seu ministro das Finanças. Este movimento, que ocorreu em meio a divergências sobre a política econômica, resultou na perda da maioria de seu partido no Parlamento, comprometendo sua capacidade de governar. O governo Scholz, que é uma coalizão de social-democratas, verdes e liberais, enfrenta agora um impasse crítico.

Momentos sem precedentes

O colapso do governo Scholz representa um momento sem precedentes na Alemanha moderna: será apenas a quarta eleição antecipada em 75 anos desde a fundação do estado atual. A derrubada de um governo na maior economia da União Europeia também ocorre em um cenário de tensões elevadas com a Rússia por causa da guerra na Ucrânia, uma situação que espelha desafios semelhantes enfrentados por outros países europeus, como a França.

Histórico de votações de confiança

A última vez que a Alemanha presenciou um voto de confiança foi em 2005, quando o então chanceler Gerhard Schröder chamou uma votação similar e acabou perdendo, o que resultou na vitória de Angela Merkel por uma margem apertada.

Situação atual dos partidos

Atualmente, as pesquisas apontam que os social-democratas de Scholz, que ocupam 207 assentos no Bundestag, estão atrás do bloco de centro-direita liderado pelo opositor Friedrich Merz. Além disso, o vice-chanceler Robert Habeck, dos verdes, também está no horizonte da disputa pelo cargo de chanceler, embora sua formação política esteja ainda mais atrasada nas práticas eleitorais.

A extrema-direita, representada pelo partido Alternativa para a Alemanha, está ganhando força e nomeou Alice Weidel como candidata a chanceler, mas enfrenta dificuldades para estabelecer alianças com outros partidos.

Conclusões sobre a crise