Ciência

Oceanos estão aquecendo a uma velocidade alarmante, intensificando os extremos climáticos!

2025-01-28

Autor: Pedro

Introdução

Um estudo revelador publicado na prestigiada Environmental Research Letters mostra que os oceanos estão aquecendo de forma muito mais rápida do que se previa, atingindo taxas quatro vezes superiores às registradas na década de 1980. Essa aceleração alarmante oferece uma explicação para os recordes de temperaturas oceânicas observados em 2023 e 2024, bem como para o aumento de eventos climáticos extremos, incluindo as devastadoras enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul em maio de 2024.

Dados alarmantes sobre a temperatura do mar

Os dados são assustadores: em 2024, a temperatura média da superfície do mar (SST) alcançou níveis recordes em quase um terço (27%) dos oceanos que ficam fora das regiões polares. Regiões amplas do Atlântico, do Oceano Índico, extensões do Pacífico Ocidental e partes do Oceano Austral foram particularmente impactadas.

Impacto das ondas de calor marinho

Essas áreas, que registraram temperaturas recordes, enfrentaram ondas de calor marinho de pelo menos categoria II, sinalizando a força desse fenômeno. Aumento generalizado das temperaturas não apenas elevou a SST, mas também resultou em um evento global de branqueamento de corais, oficialmente declarado pela NOAA em abril de 2024, afetando ecossistemas marinhos fundamentais para a biodiversidade.

Consequências do aquecimento dos oceanos

As consequências do aquecimento dos oceanos são profundas: o impacto na saúde do planeta é enorme, afetando recifes de corais, ecossistemas marinhos e cadeias alimentares, além de contribuir para a intensificação de tempestades e o aumento do nível do mar. A longo prazo, essas mudanças podem ter impactos sociais e econômicos ainda maiores, impactando desde a agricultura até a pesca e o turismo.

Avaliação do estudo

O estudo, liderado por Christopher Merchant da Universidade de Reading, enfatiza que, se não forem adotadas medidas significativas para reduzir as emissões e o uso de combustíveis fósseis, as temperaturas oceânicas poderão aumentar mais nos próximos 20 anos do que nos últimos 40!

Desequilíbrio energético do planeta

Merchant alerta que os oceanos são reguladores do clima da Terra, e essa aceleração no aquecimento é um claro reflexo do aumento do desequilíbrio energético do planeta, que dobrou desde 2010 devido à maior concentração de gases de efeito estufa e à diminuição do gelo refletivo.

El Niño e mudanças climáticas

Kim Cobb, reconhecida especialista da Brown University, ressalta que o aquecimento não pode ser atribuído unicamente ao fenômeno El Niño, que agiu em 2023 e 2024.

Relação entre mudanças climáticas e temperatura do mar

A pesquisa fornece evidências sólidas que indicam que as mudanças climáticas induzidas pelo ser humano desempenham um papel central nesse cenário preocupante. Os dados demonstram uma conexão direta entre as temperaturas da superfície do mar e o desequilíbrio energético da Terra, indicando que ambos fatores estão interligados e precisam ser urgentemente abordados.

Recordes de aquecimento global

Desde 2023, a temperatura média dos oceanos tem se mantido 0,6°C acima da média de 1981-2010, consolidando um recorde de aquecimento global, cujos efeitos são visíveis em eventos climáticos extremos e na crescente redução do gelo polar.

Alerta sobre a crise climática global

Essa atualização estabelece um alerta claro sobre o papel crucial dos oceanos na crise climática global. O estudo também sugere que, se o ritmo de aquecimento continuar, os resultados mais pessimistas previstos pelos modelos climáticos podem ser superados, trazendo impactos catastróficos.

Urgência em reduzir as emissões de carbono

A urgência em reduzir as emissões de carbono nunca foi tão crítica. No entanto, decisões políticas recentes, como as ações de Donald Trump para expandir a produção de combustíveis fósseis e a crescente dependência de carvão pela China e Índia, ameaçam os esforços globais por um futuro sustentável.

Conclusão do estudo

Merchant conclui que, embora a redução de emissões envolva custos, os custos da inação serão muito mais altos a longo prazo. O estudo é um clamor urgente por ação global, sublinhando que as consequências de ignorar os impactos dos gases de efeito estufa são mais severas do que se imaginava anteriormente. Precisamos agir agora, antes que seja tarde demais!