O sonho de ver Oscar de volta ao São Paulo durou pouco tempo e gerou muitas expectativas entre os torcedores, mas uma série de fatores financeiros e estratégicos fez com que esse desejo se esvaísse.

O presidente do clube, Julio Casares, vinha se comunicando com o jogador brasileiro, que estava prestes a encerrar sua carreira de oito anos na Liga Chinesa. Oscar, aos 33 anos, conseguiu acumular uma fortuna de aproximadamente R$ 1,4 bilhão durante sua passagem como estrela na China, e o desejo de retornar ao Brasil para ficar mais próximo da família parecia ser uma possibilidade real. No entanto, a proposta tentadora e recheada de dólares feita por clubes da Major League Soccer (MLS) foi decisiva.

Enquanto o São Paulo estava disposto a oferecer um salário na casa de R$ 1,8 milhão por mês, similar ao que James Rodríguez recebia, Oscar viu o futuro nos Estados Unidos como uma oportunidade melhor para garantir sua segurança financeira. O atleta já havia recebido propostas que ultrapassavam R$ 10 milhões mensais durante seu auge, e negociar valores isso foi um passo significativo. O interesse da MLS por estrelas do futebol, visando fortalecer sua imagem para a Copa do Mundo de 2026, foi um atrativo irrecusável.

Com Oscar fora dos planos, o técnico Luiz Zubeldía teve que olhar para o mercado sul-americano em busca de novas contratações. O São Paulo, que atravessa um momento delicado financeiramente, quer reformular o elenco, visando a diminuição de uma dívida exorbitante que chega a R$ 750 milhões. Para isso, o clube colocou à venda os jogadores Arboleda e Luciano, que, apesar de seu valor agregado, possuem salários que geram preocupação em tempos de crise.

Arboleda, defensor de 33 anos, custa ao clube cerca de R$ 400 mil mensais, enquanto Luciano, de 31 anos, recebe R$ 700 mil. Apesar das investidas de outros clubes, como o Cruzeiro e até o Santos, Luciano demonstra interesse em buscar propostas internacionais, e isso certamente complica a vida do São Paulo, que necessita desesperadamente rejuvenescer o elenco e cortar gastos.

Além disso, figuras como Rafinha, de 39 anos, estão em discussão para aposentadoria, sem contar a possível saída de outros jogadores, como Rodrigo Nestor e Nikão, que também estão à procura de novos ares. Zubeldía recebeu uma clara ordem de Casares: confiar mais em jogadores da base e fazer um esforço maior nas categorias inferiores do clube. Essa pode ser uma saída viável para contornar a situação crítica.

No entanto, o argentino terá que adaptar seu estilo de trabalho, já que não é conhecido por ter facilidade em trabalhar com jovens. O cenário se torna uma verdadeira missão, pois cada decisão conta em um momento em que o clube busca não apenas resultados em campo, mas também a recuperação financeira. A pergunta que fica é: conseguirá o São Paulo atravessar esse turbulento momento e se reerguer através de talentos formados em casa?