Ciência

O que o gelo de 1,2 milhão de anos pode revelar sobre o nosso clima

2025-01-20

Autor: Matheus

Uma equipe internacional de cientistas fez uma descoberta impressionante na Antártida: ao perfurar 2,8 mil metros de profundidade do gelo, eles chegaram até o leito rochoso abaixo dele, conhecido como Pequeno Domo C. Este gelado gigante contém registros valiosos sobre a história do clima da Terra que datam de 1,2 milhão de anos.

Os pesquisadores acreditam que esses dados podem esclarecer muitas questões sobre o clima do passado, oferecendo uma janela única para as temperaturas atmosféricas da época e amostras raras de ar que contêm gases de efeito estufa. Isso é essencial para entender como a Terra reagiu a mudanças climáticas ao longo dos milênios.

Além disso, um dos achados mais intrigantes foi a análise do gelo a 210 metros da rocha, que apresentou deformações significativas. Esta descoberta sugere que o gelo pode ter passado por processos de mistura ou recongelamento que ainda não estão completamente compreendidos. Estudar essas propriedades pode revelar novas informações sobre a evolução da glaciação na Antártida e como ela afetou o clima global.

Os cientistas estão particularmente interessados em um intervalo de tempo crítico conhecido como a transição do Pleistoceno Médio, que ocorreu entre 1,25 milhão e 900 mil anos atrás. Nem todas as teorias sobre este período são concretas, mas os dados do gelo podem ajudar a entender por que os ciclos glaciais mudaram de 41 mil para 100 mil anos, indicando um resfriamento da Terra em intervalos mais longos.

O que pode causar essa mudança? As respostas encontradas nas camadas de gelo podem não apenas responder a essa pergunta, mas também ajudar a prever como o clima pode mudar no futuro. Essa pesquisa realiza uma ligação importante entre o passado e o nosso presente, evidenciando que compreender as mudanças climáticas ao longo da história da Terra é mais crucial do que nunca, especialmente em tempos de aquecimento global.