O Vale do Silício, um ícone de inovação, começou a ganhar notoriedade no pós-guerra, quando visionários transformaram garagens em impérios tecnológicos. Entre esses pioneiros, David Packard se destacou como um proeminente apoiador dos republicanos.

À medida que a sociedade evoluiu para um liberalismo sociocultural, especialmente com a ascensão das redes sociais, tornou-se claro que a inclusão e a diversidade cultural são fundamentais para empresas que aspiram a conquistar o mundo todo como mercado. Esta transformação também é o que sustenta a necessidade contínua de atrair talentos técnicos de fora dos Estados Unidos, uma questão que Elon Musk recentemente passou a defender fortemente ao lado do establishment republicano.

Sob a administração Biden, diferentes princípios foram implementados, causando descontentamento em setores empresariais. Decisões como a responsabilização de plataformas digitais, fortalecimento de sindicatos, ações antitruste e regulação de inteligência artificial (IA) e criptomoedas intensificaram as tensões. Em resposta, muitos doadores poderosos e gestores de fundos começaram a se distanciar, especialmente após protestos nas universidades americanas, que criticarão o que consideram uma degeneração ideológica promovida pelo wokeismo. Esse cenário foi o pano de fundo para mudanças significativas na Meta, incluindo novas diretrizes em sua gestão.

Uma das figuras mais intrigantes a mudar de lado foi Elon Musk, que adquiriu o Twitter por impressionantes U$44 bilhões e rapidamente se tornou uma figura proeminente na política, utilizando suas conexões para assegurar seu espaço. Com apenas uma semana após a eleição de Trump, Musk viu sua fortuna crescer em impressionantes U$70 bilhões. O vice-presidente eleito, J.D. Vance, um ex-gestor de fundos e próximo do círculo de influentes do Paypal — grupo que inclui o ideólogo Peter Thiel, fundador da Palantir — também indica a profundidade do envolvimento entre os magnatas da tecnologia e a política republicana.

Agora, o que podemos aguardar do setor de tecnologia durante a possível administração Trump? Aqui estão alguns pontos cruciais a considerar:

I. A inteligência artificial e o expansionismo americano

A inteligência artificial se tornará a nova base do expansionismo americano, assim como o petróleo foi no século passado. Espera-se que a IA seja tratada como uma infraestrutura global, semelhante à telefonia e internet.

II. Twitter como referência nas políticas digitais

O uso do Twitter como referência nas políticas digitais excederá os limites da Meta, evidenciando uma disputa oficial com a China, além de tensões crescentes com a Europa.

III. Políticas antitruste e responsabilização das plataformas

Políticas antitruste poderão ser suavizadas e a responsabilização das plataformas deverá ser reduzida, possibilitando uma colaboração mais próxima entre o governo e o setor tecnológico.

IV. Recursos para armas autônomas

A alocação de recursos para armas autônomas se tornará uma prioridade no orçamento, com empresas como a Palantir em busca de contratos lucrativos.

V. Avanços nas tecnologias espaciais

Espera-se um avanço significativo nas tecnologias espaciais, seguindo a linha do programa Guerra nas Estrelas de Ronald Reagan. Musk pode, até mesmo, persuadir Trump a investir na colonização de Marte.

VI. Revolução no mercado de criptomoedas

O mercado de criptomoedas deve passar por uma revolução, com novos produtos financeiros surgindo, acompanhados de riscos de fraudes digitais.

Prepare-se, pois o setor tecnológico está prestes a passar por mudanças drásticas no cenário político americano!