
O iPhone que Trump não conseguiu taxar: como a produção globalizada desafia o protecionismo
2025-04-12
Autor: Gabriel
Como a guerra comercial impactou os preços do iPhone
Recentemente, analistas vinham especulando sobre o impacto das tarifas impostas por Trump no preço do iPhone. Inicialmente, havia a expectativa de que o custo do aparelho nos Estados Unidos poderia subir drasticamente, possivelmente dobrando ou até triplicando se a produção fosse deslocada para solo americano. Porém, Trump decidiu isentar celulares das tarifas, evitando aumento imediato nos preços.
A complexidade da produção global do iPhone
O iPhone, produto icônico da Apple que representa mais de 55,6% do faturamento da empresa, segue um complexo sistema produtivo que envolve diversos países. Sua montagem ocorre principalmente na China e na Índia, com contribuições de outras nações como Brasil e Vietnã, ainda que em menor escala.
Partes essenciais, como as câmeras que podem filmar em 3D, não são produzidas por uma única empresa em um único país. A Sony, por exemplo, fornece sensores de cinco locais diferentes, incluindo Japão e Malásia, enquanto as lentes vêm de Taiwan e China.
O dilema do protecionismo
Trump, numa tentativa de reduzir dependências, deixou de fora celulares e computadores das tarifas. Essa decisão reflete os limites da guerra tarifária e como a globalização molda a economia atual. O economista Luiz Carlos Mendonça de Barros destaca que esse sistema complexo de produção não surgiu por acaso; é fruto de décadas de estratégia capitalista focada em cortes de custos e eficiência.
O preço do iPhone e as previsões dos analistas
Com a isenção, a ameaça de preços altos por conta das tarifas foi temporariamente afastada. No entanto, antes dessa mudança, estimativas indicavam que o preço de um iPhone 16 Pro Max, por exemplo, poderia subir até US$ 675 devido à guerra tarifária. A China, responsável por 80% da produção dos iPhones voltados para o mercado americano, seria a principal afetada.
Impactos globais e locais
Esse cenário, claro, teria efeitos em escala global, incluindo no Brasil. Analistas alertam que componentes que passam pelos EUA, especialmente pelo porto de Miami, já estariam sujeitos a taxas, encarecendo a produção de smartphones mesmo em território brasileiro.
Portanto, qualquer aumento nos custos de produção decorrente das tarifas afeta não apenas o consumidor americano, mas se reflete diretamente no bolso do brasileiro, com produtos cada vez mais caros e pressões inflacionárias à vista.
A produção localizada na era da globalização
A Apple, mesmo antes das tarifas, já planejara diversificar sua produção, buscando alternativas fora da China. A empresa anunciou planos para criar uma fábrica em Houston, mas não mencionou intenções de fabricar iPhones nos EUA. A complexidade e o custo da produção americana, aliados a entraves como alta mão de obra e resistência à automação, tornam essa transição um desafio monumental.
Conclusão: O futuro dos preços de smartphones
A realidade é que mesmo com a montagem de produtos nos EUA, muitos componentes ainda dependeriam de origens internacionais. A fragmentação da cadeia produtiva faz com que a idealização de uma manufatura totalmente americana permaneça distante. E assim, enquanto as tarifas de Trump estão suspensas, as complexidades do sistema globalizado permanecem como um desafio constante para empresas como a Apple e consumidores ao redor do mundo.