A Polêmica do Pix e a Receita Federal

Na última quinta-feira, 28, o secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, revelou em uma coletiva de imprensa em São Paulo que o governo enfrentou um grande desafio para implementar a fiscalização das fintechs. Isso ocorreu devido à disseminação de fake news, que dificultou as ações no início do ano. Barreirinhas fez referência direta ao viralizado vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), no qual ele alegava que o governo Lula planejava taxar o Pix, o método de pagamento eletrônico que conquistou os brasileiros.

Os Efeitos das Fake News

"O ataque à Receita Federal foi um dos maiores da sua história, alimentado por mentiras sobre a nova norma que pretendia regulamentar as fintechs", afirmou Barreirinhas. De acordo com ele, a iniciativa tinha como objetivo combater o crime organizado, em especial o PCC, que se aproveita do sistema financeiro. No entanto, a resistência popular e a repercussão negativa nas redes sociais forçaram o governo a revogar essa norma, destacando a influência poderosa e enganosa das notícias falsas.

A Norma Revogada e suas Implicações

O projeto original da Receita previa estender obrigações de transparência às fintechs, algo que já era exigido há mais de 20 anos de instituições financeiras tradicionais. Barreirinhas ressaltou que esse alinhamento era necessário para que o sistema financeiro brasileiro fosse coeso e seguro. "Tivemos que recuar devido às mentiras que circulavam, mas o verdadeiro impacto disso está nas operações de hoje, que revelam quem realmente se beneficiou com essa desinformação", disse.

O Eco de Nikolas nas Redes Sociais

O vídeo de Nikolas Ferreira gerou uma onda de desinformação, atingindo milhões de visualizações e popularizando a noção de que o governo pretendia monitorar os usuários do Pix para aumentar a arrecadação. O resultado foi uma onda de boicotes por parte de comerciantes, que temiam ser taxados, o que prejudicou ainda mais a economia.

O Recuo do Governo e a Resposta à Oposição

Diante da pressão e do desgaste político, inclusive afetando a aprovação do governo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teve que intervir, gravando vídeos e concedendo entrevistas para esclarecer que a intenção do governo não era essa. No dia 15 de janeiro, Lula decidiu revogar a norma da Receita, prometendo enviar uma medida provisória para lidar com a questão de forma mais clara. "Não queremos que a desinformação continue a prevalecer sobre o Pix. Os danos que essa situação causou são enormes", concluiu Haddad.