Prepare-se para uma revolução no trânsito urbano! Os carros voadores elétricos, conhecidos como eVTOLs, estão se aproximando de suas estréias. Inspirados no conceito dos helicópteros, esses veículos inovadores foram projetados para viagens curtas, ligando diversos pontos dentro das mesmas cidades. Um dos principais diferenciais é que todo o processo de produção promete ser sustentável, utilizando energia renovável, tintas à base d'água e gerando baixos níveis de ruído.

Atualmente, ainda não existe uma regulamentação definitiva para esses veículos, mas isso está mudando rapidamente. A ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) já especificou os critérios de certificação que os eVTOLs devem atender. A empresa Eve, que está à frente deste projeto, está investindo esforços em Taubaté, em São Paulo, para garantir que seus veículos cumpram essas normas. Esta cidade é a 'casa' da Embraer, um gigante da indústria aeroespacial brasileira.

Entrevistamos Larissa Maraccini, uma das executivas da Eve, que compartilhou detalhes sobre como essas aeronaves estão prestes a mudar nossa visão de mobilidade sustentável em ambientes urbanos.

Ecoa: Quando teremos, finalmente, carros voadores elétricos sobrevoando nossas cidades?

Larissa Maraccini: Essa pergunta é bem pertinente! Estamos passando por uma fase intensa de desenvolvimento e certificação ao mesmo tempo. Nosso plano é que esses veículos estejam prontos para entrar em operação até 2027. É crucial que tenhamos certificação para podermos operar com segurança – algo que ninguém possui totalmente definido ainda. A regulamentação da aviação é altamente rigorosa, priorizando a segurança acima de tudo. Assim, estamos estabelecendo relações de parceria não apenas internamente, mas com os órgãos reguladores, como a ANAC, para que possamos trabalhar em conjunto na criação de vertiportos, onde esses veículos possam pousar e decolar. No início, usaremos helipontos, mas conforme aumentarmos a operação, vamos precisar de mais infraestrutura.

Ecoa: E como é o funcionamento dos eVTOLs?

Larissa Maraccini: Os eVTOLs são veículos de decolagem e pouso vertical que atuam de maneira totalmente diferente de aeronaves convencionais. Com tecnologia 100% elétrica, eles voarão em grandes centros urbanos, atuando em um setor que está em pleno desenvolvimento. Estamos envolvendo fornecedores, operadores e reguladores nesse processo, o que significa que devemos desenvolver tudo, desde baterias potentes até a capacitação de operadores. Acreditamos que não é só um desafio de produto, mas uma oportunidade para criar uma nova cadeia produtiva.

Ecoa: Quais são os desafios associados às baterias utilizadas nos eVTOLs?

Larissa Maraccini: Estamos trabalhando em tecnologias de baterias inovadoras que nunca foram aplicadas a veículos aéreos. Embora o mercado discuta bastante sobre veículos híbridos e elétricos, o foco está muito nas operações em solo. Acreditamos que há uma vasta gama de possibilidades a serem exploradas no ar. Estamos colaborando com a BAE Systems, um fornecedor que possui décadas de experiência em desenvolvimento de tecnologia de baterias. Além de focar na vida útil da bateria e em sua reciclagem, estamos comprometidos em garantir que todas as etapas do nosso processo sejam sustentáveis.

Ecoa: Quais outras inovações sustentáveis podemos esperar dos eVTOLs?

Larissa Maraccini: Os eVTOLs foram projetados para serem simples e de manutenção reduzida, resultando em custos operacionais mais baixos. Falar em baixo custo também é abordar sustentabilidade. A fabricação utilizará apenas energia limpa e renovável, além de utilizarmos tintas à base d'água, e estamos atentos à acessibilidade dentro da aeronave. Nosso objetivo é que esses veículos operem com emissões de carbono zero e gerem mínimas distrações sonoras para a comunidade.

Ecoa: E quanto aos testes? Como estão progredindo?

Larissa Maraccini: Estamos animados com os próximos passos! Planejamos realizar nosso primeiro teste de voo não tripulado no segundo semestre deste ano! Neste momento, as equipes estão fazendo testes em solo dos diferentes componentes da aeronave projetada para quatro passageiros e um piloto. É um processo longo, com extenso trabalho de verificação de todos os sistemas antes que possamos finalmente voar. Estamos todos ansiosos para ver nossos eVTOLs nos céus em breve!