
O Dia em que Manga Saltou um Muro de 3 Metros para Escapar de Tiros de João Saldanha
2025-04-08
Autor: Carolina
Em um episódio que se tornou uma lenda do futebol brasileiro, o ex-goleiro Manga viveu um momento de pura adrenalina em 1967. Ele saltou um muro de quase 3 metros para escapar de tiros disparados pelo jornalista e ex-técnico João Saldanha, durante uma confusão na sede náutica do Botafogo, o Mourisco. O ícone do futebol carioca faleceu aos 87 anos no Rio de Janeiro, mas sua história continua a ser relembrada.
O que motivou essa ação dramática foi um desentendimento entre os dois, que começou durante a final do Campeonato Carioca daquele ano. O Botafogo saiu vitorioso da partida contra o Bangu, com um placar de 2 a 1, e conquistou o título. No entanto, Saldanha, conhecido por seu estilo polêmico, insinuou que Manga havia vendido sua atuação ao adversário.
A situação escalou quando Castor de Andrade, o famoso bicheiro que controlava o Bangu, foi à emissora onde Saldanha trabalhava para exigir explicações sobre as insinuações feitas contra o jogador. O clima ficou tão tenso que Saldanha decidiu se armar, alegando que era uma forma de se proteger de possíveis represálias.
No dia seguinte à final, Saldanha foi à sede do Mourisco, onde encontrou Manga. Em um ato de desespero ou bravura, Manga, desafiador, foi direto ao encontro de Saldanha. O clima virou hostil quando Saldanha disparou três tiros - dois para o chão e um para o alto, sem intenção de atingir o goleiro, mas sim de intimidá-lo. O ataque foi testemunhado por Jairzinho, que também estava presente e se recorda dessa história impressionante.
Manga, temendo pela sua vida, conseguiu saltar o muro, numa demonstração de velocidade e agilidade dignas de um atleta. A cena foi tão impactante que Jairzinho chegou a comentar em um podcast sobre como tudo aconteceu: "Ele sentiu a tensão no ar e quando viu Saldanha, soube que precisava agir rapidamente". Essa confusão não só reforçou a rivalidade entre os dois, mas também se tornou um marco nas histórias do futebol brasileiro, onde a paixão pode levar a situações extremas.
Nos dias de hoje, esse tipo de conflito pareceria surreal, mas enfatiza o quão tempestuoso o cenário do futebol e suas narrativas podem ser, além de nos lembrar que, mesmo em tempos de competição, a vida e a segurança dos atletas sempre devem estar em primeiro lugar. Fica a lição dos anos 60: paixão e rivalidade são parte do jogo, mas devem ser sempre acompanhadas de respeito e responsabilidade.