O Brasil está fora do radar global, alerta cofundador do Nubank
2025-01-22
Autor: Carolina
O cofundador do Nubank, David Vélez, expressou sua preocupação com a diminuição do interesse global no Brasil. Em declarações recentes, Vélez enfatizou que, nos últimos anos, o país e a América Latina eram considerados alvos atraentes para investidores internacionais, principalmente devido ao seu grande mercado consumidor e população. No entanto, as recentes incertezas fiscais têm afastado investidores que agora demonstram desconfiança. "Quando a confiança é perdida, é uma tarefa árdua recuperá-la", afirmou Vélez, destacando a necessidade urgente de consolidar a estabilidade econômica.
A fintech Nubank, que já ultrapassou a impressionante marca de 110 milhões de clientes, com mais de 100 milhões no Brasil, está agora mirando a internacionalização de suas operações. Os EUA emergem como um mercado prioritário, conforme Vélez relatou após uma série de reuniões estratégicas. Além disso, a Nubank recentemente fez um investimento significativo de US$ 150 milhões no Tyme Group, um banco digital ativo na África do Sul e nas Filipinas.
Com planos audaciosos para a próxima década, a Nubank está determinada a expandir seus horizontes e alcançar locais na África e no Sudeste Asiático. "Estamos prontos para desafiar os mercados internacionais e construir uma presença forte nos Estados Unidos e além", reiterou Vélez.
Outra questão debatida por Vélez foi a possível mudança de sede da Nu Holding para o Reino Unido. A sede atualmente está nas Ilhas Cayman, e uma possível mudança poderia facilitar o acesso da fintech ao mercado americano, repleto de concorrentes digitais, mas vital para a Nexfitec. O foco imediato da Nubank também se volta para o México, onde já possui cerca de 10 milhões de clientes, e onde as metas para 2025 incluem acelerar o crescimento e a base de clientes.
A empresa continua a expandir seus serviços financeiros no Brasil, com lançamentos de produtos como um serviço de telefonia em parceria com a Claro e um aumento significativo na oferta de crédito. "Estamos adaptando nossas ofertas para atender às necessidades de nossos clientes, mesmo em um cenário desafiador de altas taxas de juros", declarou. Atualmente, o ticket médio para empréstimos pessoais na Nubank varia de R$ 4 mil a R$ 5 mil.
No entanto, não é apenas o crescimento que está em foco. Vélez está ciente do aumento das empresas de apostas digitais, mas não considera isso uma ameaça. Ele destacou que essas movimentações representam menos de 1% das operações com Pix. Além disso, ações de aquisição também estão sobre a mesa, com a Nubank explorando a possibilidade de se tornar um potencial comprador em movimentos de consolidação no setor.
Conforme a fintech se posiciona como uma das principais instituições financeiras na América Latina, a relação com os bancos tradicionais, que antes criticavam os novos modelos de negócios da Nubank, se mostra agora mais equilibrada e marcada por uma concorrência saudável. No panorama atual, a Nubank se destaca não apenas por seu crescimento, mas também pela adaptação em um cenário econômico em constante evolução.