Negócios

O Brasil em Evidência: Cofundador do Nubank Alerta para a Perda de Confiança dos Investidores

2025-01-22

Autor: Lucas

O cofundador do Nubank, David Vélez, expressou sua preocupação em uma recente entrevista, afirmando que "ninguém fala do Brasil hoje". Ele destacou que, por um tempo, o país e a América Latina estavam no centro das atenções devido ao potencial de seu enorme mercado consumidor. Contudo, as atuais preocupações com a questão fiscal têm afastado os investidores. "Muito investidor saiu [do Brasil] e já perdeu a confiança. E uma vez que essa confiança é perdida, é difícil recobrá-la", alertou Vélez.

O executivo mencionou que o Nubank está avaliando a ampliação da sua internacionalização, com os Estados Unidos como um dos principais mercados-alvo. A fintech já superou a marca de 110 milhões de clientes, sendo mais de 100 milhões apenas no Brasil, solidificando sua posição como uma das maiores instituições financeiras da América Latina.

Vélez também destacou que a empresa vê oportunidades de expansão em outras regiões, como a África e o Sudeste Asiático. Recentemente, o Nubank anunciou um investimento de US$ 150 milhões no banco digital Tyme Group, que atua na África do Sul e nas Filipinas.

Em relação ao futuro, Vélez revelou que o Nubank tem planos de internacionalização para a próxima década, com a intenção de bancarizar 85% da população brasileira, missão que o banco já conseguiu demonstrar viabilidade. Sobre uma possível mudança da holding, Nu Holdings, para o Reino Unido, ele afirmou que essa opção está sendo considerada, embora a sede atual permaneça nas Ilhas Cayman.

O foco do Nubank para 2025 será aumentar sua presença no México, onde já possui cerca de 10 milhões de clientes. No Brasil, já domina quase 60% da população adulta, o que é um feito significativo.

"Continuamos aumentando nossos produtos de crédito, escalamos o consignado e lançamos nosso serviço de telefonia em parceria com a Claro", informou, durante sua participação no Fórum Econômico Mundial em Davos.

Apesar dos desafios econômicos, Vélez acredita que o Nubank está bem posicionado e não vê risco imediato de inadimplência. O valor médio dos empréstimos pessoais na plataforma varia de R$ 4 mil a R$ 5 mil, e para o cartão de crédito, em torno de R$ 1 mil. Ele revelou que em 2024, o Nubank foi responsável por quase 30% do crescimento do empréstimo pessoal no Brasil e que está introduzindo a oferta de crédito via Pix com valores que variam entre R$ 80 e R$ 100.

A meta de Vélez é que o Nubank se torne a principal instituição financeira dos clientes: "Hoje, 60% dos nossos clientes já utilizam o Nubank como conta principal", destacou.

Surpreendentemente, ele não considera as empresas de apostas digitais como uma ameaça, já que essas movimentações representam menos de 1% das operações de Pix dos clientes do Nubank. Quanto a aquisições, Vélez afirmou que a fintech está em busca de novas oportunidades, não como alvo, mas sim como potencial compradora em um cenário de consolidação do mercado.

A relação do Nubank com os bancos tradicionais também teve avanços. Apesar das críticas iniciais que o banco recebeu no passado, Vélez indica que a concorrência agora se estabeleceu de forma mais saudável.