O Legado Sombrio do 11 de Setembro

O dia 11 de setembro de 2001 mudou o curso da história dos Estados Unidos para sempre. No entanto, muitos não têm ideia de que as consequências desse trágico evento ainda estão se desdobrando, e de maneira alarmante. De acordo com dados recentes do Programa de Saúde do World Trade Center (WTC), o número de diagnósticos de câncer relacionados ao 11 de Setembro superou o de vítimas fatais do ataque.

O Impacto Desastroso da Exposição a Toxinas

Até março de 2025, mais de 48 mil socorristas e sobreviventes foram diagnosticados com vários tipos de câncer, incluindo pele, próstata, mama e até leucemia. Esses diagnósticos estão diretamente ligados à exposição a toxinas liberadas durante o colapso das torres e no aterro sanitário Fresh Kills, em Staten Island. O crescimento assustador de 143% nos diagnósticos nos últimos cinco anos não é apenas um reflexo da exposição contínua, mas também do envelhecimento da população afetada, que agora conta muitos membros na faixa dos 50 e 60 anos.

Heróis em Luta: Histórias Inspiradoras

Entre as histórias de coragem, destaca-se a do policial aposentado John DeVito, que atuou sem os devidos equipamentos de proteção no Marco Zero. Diagnosticado com câncer de esôfago em 2020, ele enfrentou inúmeras sessões de quimioterapia e cirurgia. "Todos disseram que tudo estava seguro", recorda DeVito, que hoje é avô.

Outro exemplo é o ex-policial Glenn Taraquinio, que, após trabalhar na pilha de escombros, recebeu o diagnóstico de câncer de próstata em 2020. Ele critica a discrepância entre as garantias de segurança e a dura realidade sofrida pelos socorristas: "As máscaras ficavam pretas em uma hora".

Além deles, a paramédica Ivonne Sanchez e o Capitão aposentado Phil Rizzo também enfrentam diagnósticos graves e planejam viajar a Washington, D.C., para exigir ajuda médica duradoura para as doenças relacionadas ao 11 de Setembro.

Um Futuro Incerto para os Afetados

Apesar da gravidade da situação, o Programa de Saúde do WTC enfrenta uma crise financeira. Em 2024, o Congresso cortou o financiamento do programa do orçamento federal, colocando em risco a assistência a mais de 137 mil pessoas afetadas. Líderes políticos como Chuck Schumer e Kirsten Gillibrand lançaram críticas e pediram urgentemente a preservação do programa.

Enquanto isso, a luta dos socorristas vai além do reconhecimento; eles buscam um compromisso governamental que honre a promessa de cuidar daqueles que arriscaram suas vidas. A batalha por justiça e apoio médico continua, ressaltando que o 11 de setembro não é apenas uma memória do passado, mas um clamor por um futuro digno a ser garantido para seus verdadeiros heróis.