A Nu Holdings, responsável pelo Nubank - o banco digital mais valioso da América Latina - está considerando transferir seu domicílio legal para o Reino Unido em um plano que pode revolucionar sua presença global, incluindo uma potencial expansão para o mercado dos Estados Unidos. Essa informação foi confirmada pelo fundador e CEO, David Vélez, em entrevista exclusiva à Reuters.

"Estamos deliberando de forma ativa sobre as jurisdições que podemos considerar para os próximos 10 anos de expansão global", disse Vélez durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na segunda-feira (20). "O Reino Unido está em nossa mira, mas devemos levar em conta as incertezas fiscais e de jurisdição."

Desde sua fundação em São Paulo, há mais de uma década, o Nubank já conquistou mais de 100 milhões de clientes no Brasil, México e Colômbia, consolidando-se como um dos maiores bancos digitais do mundo. Essa trajetória de sucesso tem atraído a atenção de investidores e do mercado financeiro, e agora a expansão para novos mercados pode ser um passo estratégico para o banco.

A recente sinalização do novo governo dos EUA, sob a presidência de Donald Trump, sobre a potencial adoção de regulamentações favoráveis a ativos digitais - incluindo criptomoedas - pode tornar o país um terreno fértil para o Nubank. "Com os EUA jogando no campo, fintechs e criptomoedas estão de volta ao radar", afirmou Vélez, destacando que a mudança de perspectiva do governo pode tornar o mercado norte-americano mais atraente.

Apesar do apelo da Europa, Vélez esclareceu que a região não é prioridade no momento. A ideia de estabelecer uma sede na Europa serve mais como uma presença legal para apoio na gestão do grupo e recrutamento de talentos, do que uma expansão direta de serviços.

Atualmente domiciliado nas Ilhas Cayman, o Nubank já possui uma equipe de cerca de 40 funcionários em operações na Alemanha desde 2017, em Berlim.

Recentemente, o Nubank investiu $150 milhões no Tyme Group, um banco digital sediado em Singapura, que já tem uma base de 15 milhões de clientes na África do Sul e Filipinas. Essa movimentação abre portas para novos mercados emergentes, que têm semelhanças notáveis com os que o Nubank já atua.

"Ao analisarmos os mercados emergentes, percebemos muitas similaridades com o Brasil e o México", declarou Vélez. No entanto, ele alertou que não há planos imediatos para adentrar em um novo mercado, mas está otimista sobre movimentos futuros nos próximos 18 a 24 meses.

Prepare-se para ver o Nubank em ação em novos horizontes - a revolução digital bancária está apenas começando!