Novo vice-prefeito de São Paulo envolvido em polêmica com atos golpistas
2024-10-28
Autor: Carolina
Ricardo Mello, coronel da Polícia Militar de São Paulo, foi eleito vice-prefeito de São Paulo no último domingo (27/10). No entanto, sua história política já levanta controvérsias, pois ele participou de manifestações de teor golpista no passado. Mello, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para compor a chapa do prefeito reeleito Ricardo Nunes, esteve presente em um ato em novembro de 2022 em frente ao Comando Militar do Sudeste, onde os manifestantes protestavam contra a derrota de Bolsonaro para Lula nas eleições. Na ocasião, Mello presidia a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), uma entidade estatal federal.
Em suas redes sociais, Mello expressou seu apoio aos manifestantes, afirmando: “Ou ficar à pátria livre ou morrer pelo Brasil”. Durante o protesto, bolsonaristas exibiam uma faixa pedindo intervenção federal, evidenciando o clima de agitação política que tomava conta do Brasil.
Não foi apenas em São Paulo que Mello se envolveu em tensões políticas; durante o mesmo período, Brasília presenciava um acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército, que posteriormente se tornou o ponto de partida para muitos dos que invadiram as sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro.
Além de seu histórico em protestos, Mello manteve uma postura controversa enquanto diretor da Ceagesp, onde, segundo informações, teria forçado um funcionário a pedir demissão sob a ameaça de prisão. Suas posições também incluem críticas à vacinação contra a Covid-19, pedidos de impeachment de ministros do STF e defesas de abordagens policiais diferenciadas entre bairros ricos e pobres, gerando ainda mais polarização em um cenário já delicado.
A eleição de Mello como vice-prefeito pode indicar um acirramento das tensões políticas em São Paulo e reacender debates sobre a política de segurança e as relações entre os diferentes setores da sociedade. O que essa nova posição poderá significar para o futuro da cidade ainda está por ser observado, mas a resistência de muitos contra essa escolha já se faz notar em redes sociais e nas ruas.