
Novo Remédio para Alzheimer: Custo Elevado e Eficácia Questionável
2025-09-14
Autor: Gabriel
O que é o Donanemabe?
O Donanemabe, um anticorpo monoclonal recentemente aprovado pela Anvisa, traz uma nova esperança para aqueles que enfrentam o Alzheimer em suas fases iniciais. Entretanto, seu preço exorbitante, que pode variar de R$ 30 mil a R$ 35 mil por mês, e a ausência de cobertura pelo SUS levantam sérias questões sobre seu custo-benefício.
Alzheimer: Um Desafio Global
A doença de Alzheimer, que afeta milhões em todo o mundo, não impacta somente os pacientes, mas também suas famílias e cuidadores. O Donanemabe, comercializado como Kisunla, mira na proteína beta-amiloide, que se acumula nos neurônios, atrofiando a memória. Embora o medicamento possa atrasar a progressão dos sintomas em até 30% dos pacientes, os especialistas alertam que a eficácia é limitada e depende de um diagnóstico precoce.
Uma Solução Sem Milagres
O neurocirurgião Edson Amâncio esclarece que o Donanemabe não é um ‘remédio milagroso’. Ele apenas retarda a evolução dos sintomas, que inevitavelmente surgem, independentemente do tratamento. Com o alto custo e a possibilidade de um diagnóstico errado, a escolha por esse remédio é, de fato, questionada por muitos na comunidade médica.
Diferenças em Relação a Outros Medicamentos
Medicamentos já disponíveis no Brasil, como a rivastigmina, atuam de maneira diferente. Eles preservam a acetilcolina, essencial para a comunicação entre neurônios, podendo proporcionar uma melhoria temporária na cognição. Por serem oferecidos pelo SUS, mesmo sem um diagnóstico definitivo, são mais acessíveis, embora igualmente não consigam interromper a progressão da doença.
Cuidados Necessários e Acesso ao Tratamento
Embora prometa vários benefícios, o Donanemabe vem com um grande alerta: seu uso exige monitoramento constante e pode provocar efeitos colaterais graves, como micro-hemorragias cerebrais. Além disso, exige exames caros, como o PET scan, complicando ainda mais o acesso ao tratamento, já que muitos planos de saúde não cobrem o novo medicamento.
O que a Ciência Afirma Sobre o Alzheimer?
A ciência já concorda que o Alzheimer está ligado ao acúmulo da proteína beta-amiloide nos neurônios, especialmente no hipocampo, que conecta diretamente com a memória de curto prazo. Além disso, há um componente genético em alguns casos, e ainda não existe um diagnóstico preciso nas fases iniciais.
Estratégias para Reduzir Riscos
Ainda não há formas comprovadas de prevenir o Alzheimer, mas especialistas recomendam práticas que podem ajudar a retardar o declínio cognitivo: manter um convívio social ativo, realizar atividades intelectuais como ler e jogar, aprender novos idiomas e manter um estilo de vida ativo. Edson Amâncio reforça que a leitura é uma das melhores estratégias, ativando praticamente todo o cérebro.
Conclusão
Apesar dos avanços, a luta contra o Alzheimer continua. O Donanemabe pode trazer esperança, mas seus altos custos e eficácia limitada tornam a prevenção e o cuidado contínuo ainda mais cruciais.