Noruega revela o domínio crescente da China no mercado de carros elétricos!
2024-11-06
Autor: Fernanda
Se a Europa está curiosa sobre como os fabricantes chineses podem transformar sua indústria automobilística, a Noruega é o cenário ideal para observar essa evolução. Em outubro, 94% dos veículos vendidos no país escandinavo eram elétricos, colocando a nação em trajetória acelerada para eliminar completamente os carros movidos por combustíveis fósseis em 2024.
As montadoras chinesas, que não registraram vendas na Noruega em 2019, já conquistaram impressionantes 11% de participação de mercado neste ano. Marcas como MG, BYD e Xpeng estão se tornando comuns nas ruas norueguesas.
Um fato surpreendente é que a principal rua comercial de Oslo, a Karl Johans Gate, abriga somente uma concessionária de automóveis: a Nio, uma marca nova e promissora originada na China. Nas proximidades, uma galeria de arte moderna ocupa o espaço onde antes funcionava uma imobiliária de luxo, agora substituída pela elegante sala de exposições da Voyah. Isso nos leva a refletir sobre como os carros elétricos chineses estão não apenas vendendo, mas também moldando a cultura urbana.
A relevância da indústria automobilística europeia não pode ser subestimada; ela responde por mais de 13 milhões de empregos no continente e representa um em cada dez postos de trabalho na manufatura. Contudo, o clima de incerteza é palpável, com montadoras europeias enfrentando demissões e fechamentos de fábricas. A Volkswagen, por exemplo, planeja seu primeiro fechamento de fábrica na Alemanha em quase 90 anos, um sinal claro das profundas mudanças que afetam o setor.
Enquanto os fabricantes europeus lutam para se adaptar à transição para veículos elétricos, empresas chinesas, junto com a Tesla, estão prosperando. “Eu avaliei a VW, Toyota e Volvo, mas sinto que os chineses têm uma tecnologia superior e um design mais atraente”, disse Ivar, entusiasta de carros em frente à concessionária Nio em Oslo. Isso demonstra uma mudança de percepção significativa em relação aos automóveis chineses.
Curiosamente, a concessionária da Nio se assemelha mais a um café moderno do que a um showroom tradicional, oferecendo desde matcha lattes até biscoitos de pistache. Um turista americano comentou, surpreso: “Não sabia que era uma loja de carros” enquanto admirava a atmosfera descontraída. Quando os visitantes finalmente se voltam para os veículos, eles se deparam com modelos como o sedã ET5, com preços a partir de NKr426.000 (aproximadamente R$ 234 mil).
As gigantes automotivas europeias, como Volkswagen, Audi e Mercedes, estão cada vez mais dependentes do mercado chinês, onde colaboram com fabricantes locais. Entretanto, as marcas chinesas estão superando suas concorrentes europeias em determinados segmentos, com suas vendas na China em queda acentuada. Um executivo nórdico observou: “Veja como os chineses estão criando carros melhores devido às colaborações iniciadas décadas atrás. É impressionante!”
Embora a Noruega ainda não tenha se tornado um campo de batalha tão intenso, é visível a preocupação para os fabricantes europeus. A Tesla, a novata americana, lidera as vendas no país em 2023 e deve alcançar um número quase igual combinado ao de VW e Toyota, com a Volvo, propriedade da Geely da China, ocupando uma posição de destaque.
A ascensão chinesa na Noruega não foi linear, sendo liderada pela MG, uma marca britânica agora sob a bandeira da SAIC Motor, um dos parceiros da VW na China. Desde sua entrada no mercado norueguês em 2020, tiveram uma impressionante participação de 5% já no primeiro ano, aumentando para 10% em 2022 e atingindo um novo recorde em 2023.
Enquanto marcas tradicionais como Toyota e Volvo conseguiram aumentar suas participações no mercado, Volkswagen e BMW viram queda de mais de 20%. De acordo com simulações do Banco Central Europeu, se a indústria automobilística chinesa receber subsídios semelhantes aos do setor solar, sua participação no mercado global pode aumentar em até 60%, enquanto a dos europeus poderia cair 30%, resultando em uma redução devastadora de 70% na produção doméstica da UE.
Apesar das tentativas dos EUA e da UE de limitar o avanço dos carros elétricos chineses com tarifas, a Noruega optou por não seguir essa tendência. Os próximos passos para a proteção da indústria automobilística local ainda estão em discussão, mas a Noruega serve como um forte alerta para os fabricantes europeus. O que acontecerá se eles não acelerarem suas inovações e adaptação? A batalha pelo futuro dos carros elétricos já começou e a China está na liderança!