Ciência

Neurocientistas Revelam: É mesmo possível recuperar memórias de pessoas falecidas?

2025-01-14

Autor: Lucas

Com os avanços surpreendentes nas tecnologias de decodificação e neurológicas, um novo campo de investigação tem ganhado destaque: a possibilidade de reconstruir as memórias de pessoas que já partiram deste mundo. Especialistas, apesar de otimistas, afirmam que essa tarefa ainda é um desafio monumental.

As memórias deixam marcas no cérebro, conhecidas como engramas. Esses rastros podem ser localizados em neurônios ativos, porém a transcrição completa dos momentos vividos ainda está longe de ser uma realidade.

"Mesmo que você conseguisse encontrar um engrama por meio de modelagem ou experimentos em alguém ainda vivo — o que é bastante improvável — a tarefa de recriar o evento original como ele foi vivenciado pela pessoa falecida seria extremamente difícil", explicou Don Arnold, neurocientista da Universidade do Sul da Califórnia, à Live Science.

As limitações se intensificam quando se considera que até mesmo uma pessoa viva não consegue lembrar de todos os detalhes de um dia específico. "É uma maneira econômica de formar memórias, pois o cérebro aproveita informações já conhecidas para preencher lacunas, permitindo que se evitem registros cada vez que experiências semelhantes ocorrem", acrescentou Charan Ranganath, diretor do programa de Memória e Plasticidade da Universidade da Califórnia.

Vale destacar que a neurociência tem avançado rapidamente e pesquisas focadas na eletrônica neural e interfaces cérebro-máquina estão em andamento. No entanto, a realidade é que a maioria dos estudos ainda não conseguiu testar a capacidade de recuperar memórias de indivíduos falecidos. A expectativa é de que novas tecnologias possam um dia permitir isso, mas atualmente, o caminho é longo e cheio de desafios.

Os especialistas concordam que uma futura possibilidade de reconstrução de memórias exigiria o monitoramento contínuo da atividade cerebral de um indivíduo durante toda a sua vida, registrando repetidamente múltiplos eventos significativos. Mesmo assim, essa abordagem estaria sujeita a erros, uma vez que as memórias são dinâmicas e frequentemente reconfiguradas ao longo do tempo.

“Por enquanto, as memórias de uma vida provavelmente morrerão com a pessoa que as vivenciou”, concluiu Arnold. Mas a pergunta persiste: *e se um dia pudéssemos trazer de volta as memórias de nossos entes queridos?* O futuro da neurociência pode nos surpreender.