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Neonazista se Transforma em Mulher e Causa Polêmica em Prisão Feminina na Alemanha

2025-08-31

Autor: Carolina

A Transformação de Marla-Svenja Liebich

Marla-Svenja Liebich, de 54 anos, um dos rostos mais conhecidos da extrema-direita alemã, iniciou sua pena em uma prisão feminina na última sexta-feira (30/8) após mudar legalmente de gênero. Esta decisão, respaldada pela nova Lei de Autodeterminação, suscitou um intenso debate na Alemanha sobre possíveis abusos dessa legislação.

O que é a Lei de Autodeterminação?

Em vigor desde 2024, a Lei de Autodeterminação permite que qualquer adulto altere seu gênero de forma oficial apenas com uma declaração em cartório, sem a necessidade de laudos médicos ou procedimentos complexos. Esta nova norma substituiu a antiga Lei dos Transexuais de 1980, que era amplamente criticada por exigir processos considerados invasivos.

A Reação da Sociedade e dos Políticos

A mudança de gênero de Liebich e sua transferência para uma prisão feminina geraram reações contrárias de autoridades conservadoras. O ministro do Interior, Alexander Dobrindt, declarou que a situação ridiculariza a justiça e o povo, enfatizando que o país deve discutir estratégias para impedir o uso oportunista da mudança de gênero.

O Passado Controverso de Liebich

Conhecida por sua militância neonazista, Liebich foi condenada em 2023 a um ano e seis meses de prisão por incitação ao ódio racial. Antes de sua transformação, ela se identificava como homem e era conhecida como Sven Liebich. Agora, com sua nova identidade, adota uma estética que inclui maquiagem e roupas chamativas.

Denúncias e Críticas

Além de seu passado polêmico, Liebich provocou controvérsia ao declarar que se converteu ao judaísmo e solicitou uma dieta kosher na prisão, o que levou o Comissário Alemão para o Antissemitismo a criticar seu comportamento, considerando-o uma zombaria. A comissária para Direitos Queer, Sophie Koch, destacou que não há obrigação legal para mantê-la em uma prisão feminina.

Pressão por Mudanças na Legislação

O bloco conservador da CDU e CSU vem pressionando por alterações na Lei de Autodeterminação, argumentando que casos como o de Liebich expõem fragilidades da legislação. O governo também está atento à segurança das demais detentas, esclarecendo que todos passam por avaliações antes da acomodação nas prisões.

Um Alerta para o Futuro

Enquanto a Alemanha navega por essas águas turbulentas, dados recentes indicam que os crimes de ódio contra a comunidade LGBTQIA+ aumentaram de forma alarmante, quase dez vezes, entre 2010 e 2023, reforçando a necessidade de uma discussão profunda sobre direitos e segurança para todos os cidadãos.