'Não somos bobos e não vamos engolir sapo': o que a Gen Z busca no trabalho
2024-11-12
Autor: Julia
A Geração Z possui uma percepção mais pragmática do mercado de trabalho em comparação aos millennials. Para eles, o trabalho não é um sonho a ser realizado, mas sim um "mal necessário" para arcar com as despesas mensais. Essa visão reflete uma mudança significativa nas expectativas em relação ao emprego, focando mais na realidade do dia a dia.
Uma pesquisa conduzida pela empresa de saúde Alice, em parceria com instituições como a Beneficência Portuguesa de São Paulo e o Grupo Fleury, avaliou as prioridades das duas gerações em relação à saúde no ambiente de trabalho. O levantamento foi realizado entre 19 e 30 de setembro de 2024, com 1.046 participantes de várias regiões do Brasil, onde 50% eram jovens de 16 a 29 anos (Geração Z) e os outros 50% eram millennials de 30 a 43 anos.
Transparência é fundamental
Os jovens da Geração Z demandam um ambiente de trabalho transparente. "A Geração Z tem uma arrogância saudável, pois acredita saber de tudo, mas nós não somos bobos. Não vamos engolir sapo", afirma Alexandre Ribeiro, empreendedor e fundador da empresa 'Da quebrada pro mundo', que também participou da divulgação da pesquisa. Ribeiro critica a hipocrisia que muitas vezes existe nas empresas, enfatizando que a verdadeira diversidade e inclusão vão além das palavras e devem ser notadas nas ações do dia a dia.
O que a Geração Z valoriza
Os dados mostram que 48,4% dos jovens desejam flexibilidade por parte dos empregadores em momentos difíceis; 43,2% valorizam planos de saúde; 34,2% buscam comunicações claras e abertas; e 33,7% querem ter diálogos frequentes com seus superiores, tanto para questões profissionais quanto pessoais.
Por outro lado, entre os millennials, 50,7% valorizam os planos de saúde da mesma forma que a geração mais jovem, refletindo a preocupação com o bem-estar físico; 50,7% também esperam flexibilidade em situações pessoais, e 35,8% prezam por comunicação transparente.
A visão do trabalho na Geração Z
A Geração Z tem uma perspectiva mais apática em relação ao trabalho. Quando questionados, 40,9% afirmaram que o trabalho representa apenas uma parte de quem são, enquanto para 43,2% dos millennials, o trabalho é uma grande parte de suas identidades. Uma parcela significativa da Geração Z (9,4%) acredita que o trabalho não representa nada do que são.
Saúde mental em foco
A preocupação com a saúde mental tem ganhado destaque entre os jovens trabalhadores. Quase 20% da Geração Z mencionaram questões de saúde mental como um obstáculo para o crescimento profissional, além de 5,5% citarem o desequilíbrio entre vida profissional e pessoal. Apesar de 57,7% se considerarem saudáveis, os jovens tendem a se descuidar de outros aspectos de saúde no dia a dia, embora busquem mais apoio psicológico e pratiquem meditação em comparação aos millennials.
A necessidade de mudança nas empresas
As empresas precisam se adaptar a essa nova realidade. Modelos de trabalho que promovem autonomia e flexibilidade são essenciais para atender às expectativas da Geração Z. Além disso, um plano de saúde robusto que ofereça suporte psicológico e psiquiátrico pode fazer toda a diferença na retenção e satisfação desses jovens profissionais. Com a mudança de mentalidade, as organizações precisam reevaluar suas abordagens para se manter relevantes e atrativas para a força de trabalho do futuro.
Esse novo panorama traz desafios, mas também enormes oportunidades para empresas que estiverem dispostas a evoluir e entender as demandas e prioridades da Geração Z.