Juliana Oliveira, conhecida comediante brasileira, rompeu o silêncio e revelou publicamente ter protocolado uma representação criminal contra o apresentador Otávio Mesquita, acusando-o de estupro durante uma gravação do programa "The Noite", exibido pelo SBT, em 25 de abril de 2016. Sua decisão de denunciar traz à tona questões urgentes sobre assédio e violência contra a mulher na indústria do entretenimento.

"Não foi fácil! Tornar pública a minha dor e buscar justiça foi uma decisão difícil", escreveu Juliana em suas redes sociais no último domingo (30). A comediante revelou que opta pelo silêncio neste momento, buscando se resguardar e encontrar apoio na família. Ela expressou sua esperança de que, ao se sentir pronta, possa falar abertamente sobre o caso e encorajar outras mulheres a denunciarem qualquer tipo de abuso.

A representação foi apresentada nesta quinta-feira (27) ao Ministério Público de São Paulo. No documento, a defesa de Juliana afirma que ela foi vítima de "atos libidinosos com emprego de força física", que ocorreram diante de mais de cem pessoas presentes no estúdio, os quais foram amplamente discutidos nas redes sociais. O advogado Hédio Silva, que defende a comediante, esclareceu que a lei penal brasileira considera que a prática de atos libidinosos mediante violência se configura como estupro, mesmo que não haja penetração, sendo a 'contemplação lasciva' suficiente para caracterizar o crime.

Em resposta às alegações, Otávio Mesquita se manifestou em suas redes sociais, classificando a acusação como "caluniosa" e alegando que o que aconteceu foi apenas uma "brincadeira" e que estranha a demora da acusação. "Minhas medidas em defesa da minha honra e da minha família serão tomadas", afirmou, mencionando que sua ex-mulher e seu filho estavam na plateia no momento do evento.

A repercussão nas redes sociais foi imediata, com muitos apoiando Juliana e outros defendendo Mesquita. O minucioso caso também levantou debates sobre a cultura do silêncio em torno das denúncias de abuso no Brasil. O Ministério Público de São Paulo confirmou que a representação foi recebida e está sendo analisada pela promotoria de Justiça Criminal de Osasco.

Esta situação destaca a urgente necessidade de apoio às vítimas de violência e o impacto que denúncias de abuso podem ter na sociedade.