No dia 31 de dezembro, o auxiliar de serviços gerais Julio César de Moraes, de 47 anos, teve que enfrentar um desafio inesperado logo ao chegar em Copacabana. Ele saiu de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, às 8h, percorreu a Zona Norte do Rio e chegou à famosa praia pouco antes da virada do ano. Com a bateria do celular no fim, ele simplesmente não conseguiu encontrar seus irmãos, que haviam combinado de se encontrar em frente ao luxuoso hotel Copacabana Palace.

A situação foi desesperadora, já que, durante a longa caminhada pela areia quente e sob o sol forte, ele viu o nível da carga do seu celular zerar. "Cheguei com a bateria fraca, estava em 5% no metrô. Vim andando desde a estação até a praia e a bateria acabou", relatou Julio. Sem opções em um local tão movimentado, ele precisou pagar R$ 15 para usar uma tomada do banheiro localizado sob o calçadão, na altura da Rua Rodolfo Dantas, perto do palco principal das festividades. "No desespero, eu paguei", desabafou.

Após duas horas sem comunicação, o alívio finalmente veio quando conseguiu conectar com sua irmã por volta das 14h, já com uma lista de áudios e várias ligações perdidas. Ela concordou em buscá-lo, trazendo um cooler cheio de bebidas e garrafas d'água, essenciais para enfrentar o calor e a agitação da festa.

Além de poder carregar seu celular, Julio ainda investiu em uma ducha, pagando R$ 10 para se refrescar após a longa e cansativa jornada. A tabela de preços do banheiro mostrava ainda opções como o uso do sanitário por R$ 5, toalha e sabonete por R$ 10, e armários disponíveis a partir de R$ 30.

Essa história destaca não apenas o alto custo dos serviços durante a virada do ano, mas também os desafios de organização quando se está em um evento tão grande quanto o Réveillon de Copacabana. Milhões de pessoas se reúnem na praia todos os anos, mas a preparação é crucial para evitar perrengues como o de Julio, que teve sua festa interrompida pela falta de bateria.