Recentemente, o X, a plataforma de mídia social adquirida por Elon Musk, revelou dados impressionantes em um relatório de transparência. Este documento, publicado pela primeira vez desde a compra da rede social em 2022, mostra uma mudança significativa nos critérios de remoção de contas e conteúdos problemáticos, gerando debates acalorados na comunidade online.

O que aconteceu?

O relatório abrange o período de janeiro a junho de 2024, e os números são alarmantes: a rede social derrubou 5,3 milhões de contas, sendo que 2,8 milhões foram removidas por exploração infantil, 1,1 milhão por abuso e assédio, e 678 mil por criação de identidades enganosas. Além disso, impressionantes 10,6 milhões de publicações foram excluídas, o que inclui 4,9 milhões devido a discurso de ódio, 2,6 milhões ligadas à exploração infantil e 2,2 milhões de conteúdos violentos.

O X atendeu quase 71% dos pedidos de remoção emitidos por autoridades governamentais, com destaque para o Japão, Turquia e Coreia do Sul. Curiosamente, o Brasil não se destaca nesse cenário, o que gera questionamentos sobre o comprometimento do governo brasileiro em abordar a disseminação de conteúdo nocivo em redes sociais.

Mudanças na abordagem

Um ponto importante a se destacar é que, com a nova administração de Musk, os critérios de intervenção mudaram. As remoções de conteúdo problemático agora são analisadas tanto por sistemas automatizados quanto por humanos, mas a eficiência parece estar em questão. No caso de conteúdo relacionado a nudez não consensual, as máquinas suspenderam 520 contas e removeram 22,6 mil postagens, enquanto os moderadores humanos realizaram ações em 51,5 mil perfis e 134 mil conteúdos. Essa discrepância levanta questões sobre a eficácia das alegações de Musk sobre liberdade de expressão e as novas diretrizes que a plataforma está seguindo.

Os números não mentem

O X recebeu impressionantes 224 milhões de denúncias de usuários em relação a conteúdo problemático, sendo que 82 milhões estão relacionadas a abuso e assédio. Comparando com dados do passado, em 2021, foram apenas 11,6 milhões de denúncias no último semestre, resultando na suspensão de 1,3 milhão de contas. Essa nova era de administração parece garantir um "absolutismo da liberdade de expressão", mas os números sugerem que usuários têm se sentido cada vez mais incomodados pelas interações nocivas.

O que isso significa para o futuro do X? Enquanto Musk promete liberdade de expressão em um novo nível, a constante luta contra o discurso de ódio e o abuso continua sendo um desafio colossal. Se as mudanças não forem implementadas com eficácia, usuários preocupados com a segurança e o bem-estar nas redes sociais podem procurar alternativas. Afinal, a liberdade de expressão não deve ser um abrigo para a toxicidade!